domingo, 30 de dezembro de 2007

Cinco coisas que me irritaram em 2007 (Não necessariamente nessa mesma ordem)

1) Banalização do 'Vai tomar no cu'
Tudo ia bem no mundo dos palavrões de leve intensidade, até que um dia chega uma atriz fracassada de terceira idade e coloca 'sem querer' um vídeo no iuiutubiu e toma o Brasil de assalto. Não demorou uma semana para que o país inteiro estivesse assobiando a melodia pegajosa e se aproveitando da oportunidade dourada para mandar os outros tomarem bem no meio do olho do cu - carinhosamente, é claro. Ringtone vem, cover da Eliana vai, e o vai tomar no cu acabou ganhando até prêmio no VMB, após ter sido considerado 'maravilhoso' por Jô Soares e outras aberrações do meio artístico. Me irritou muito, e qualquer um que ameace apenas cantarolar essa coisa perto de mim leva logo um 'vai te foder, seu filho da puta', muito mais eficaz e satisfatório, embora não musicado (ainda).

2) Fone de ouvido sem fio para celular
Tudo bem, não é novidade, eu sei disso. Mas me irritou em 2007, e esse é o nome da lista. Na minha concepção, simplesmente não é normal ver uma manada de molóides que parecem ter saído de um episódio ruim de Emmanuele - A Rainha das Galáxias transitando livremente pelas ruas, falando sozinhos e achando que são parte da revolução digital. Mal sabem eles que são motivo de chacota para as outras pessoas - como eu, por exemplo - que não conseguem entender como é que um indivíduo atarracha aquele vibrador portátil na orelha e sai falando e gesticulando como se aquilo fosse normal e aceitável. As vezes eu tenho que pensar duas vezes antes de responder prum imbecil desses que vem na minha direção, e isso é humilhante para ambos. Pessoal: fone de ouvido sem fio para celular não pegou. Não adianta insistir.

3) Overdose de Ivete Sangalo
Quem quer que seja a pessoa que aconselhou a Ivete Sangalo a cortar franja - ou colocar uma peruca com franja - deve estar rindo à toa nesse momento. Porque ela ficou ridícula. Se já parecia macho, agora parece um traveco em fase de decadência profissional. Mas isso não vem ao caso, porque o que me irritou em 2007 não foi só a franja masculinizadora da Ivetinha: foi o número de vezes em que eu liguei a televisão e tive que ouvir um dos jingles medíocres vociferados pela madrinha do Babado Novo e outras ervas daninhas da música brasileira. É cerveja, é chinelo de borracha, é tintura de cabelo... O número de aparições da pequena mulher macho é de fazer inveja até ao Ronaldinho Gaúcho, que foi pra geladeira publicitária há alguns meses mas promete voltar com tudo em 2008. Haja saco.

4) Os (vários) shows de despedida de Sandy e Júnior
Ah, o último show da Sandy e do Júnior. Que momento marcante para a história da MPB, que ruptura tão grave na carreira dos irmãos incestuosos mais queridos do Brasil. Mas quantos shows de despedida são necessários para dar adeus a um público em prantos? Seguindo a estratégia mercadológica de Harry Potter, Barbara Streisand e Glória Maria, Sandy e seu backing vocal estão se despedindo mensalmente, lançando coletâneas de maiores sucessos, DVDs acústicos, bonecos infláveis, e, conseqüentemente, higienizando as suas partes íntimas com notas de US$100 e leite materno da Zilu. Para desespero de seu irmão, Sandy ameaça fazer carreira-solo, como se ela não estivesse seguindo carreira-solo desde os tempos da pornográfica 'Abre a porta, Mariquinha!', canção-tema dos pedófilos desse meu Brasil... E cá pra nós, se eu fosse o Júnior, eu também estaria desesperado.

5) Dança do siri
Auto-explicativo. Se você tem amor a Jesus Cristo, aconselho que não mencione ou simule a coreografia desta piada sem graça perto de mim, senão eu pinço a sua genitália e dou um novo significado pra essa putaria toda. Falando sério.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Se eu abraçar uma árvore, posso cortar outras duas fora? Por favor!

Publicidade é realmente coisa mais linda de Deus. Os caras conseguem fazer até CO2 engarrafado parecer ecologicamente correto hoje em dia. É só perguntar pro imbecil que criou o comercial daquele carro cujo nome eu não faço questão de lembrar agora. Aquele comercial com uma redação que envergonha até o Paulo Coelho, onde o carro vai passando pela cidade, e a criação da agência tentou estabelecer semelhanças entre elementos urbanos e elementos da natureza. "Para mim, lombada é jacaré, grade é teia, janela é olho, mídia exterior é esterco", entre outras comparações que me deixam triste e me fazem trocar de canal. Como se a equação carro + natureza = felicidade suprema emocionasse alguém. E tem outra da Honda, que eu não vi inteira, mas que em algum momento um pica-pau forma o logotipo da empresa dando bicadas em uma árvore. Carro. Natureza. Tudo a ver. "Olha que bonitinho o pica-pau desenhando o símbolo da Honda", diz o coro das vovós noveleiras do meu Brasil. "Essa tal de Honda se preocupa com o meio ambiente, igualzinho àquele banco que a gente faz o símbolo com o dedo indicador e àquele supermercado que sempre faz comercial de Natal envolvendo criancinhas com histórias de desgraça acompanhadas por músicas da Adriana Calcanhoto". Só se for. Empresas que usam responsabilidade sócioambiental como estratégia de vendas se preocupam tanto com o meio ambiente quanto uma prostituta se preocupa em pegar herpes genital em um banheiro público. Ou seja: até que isso comece a influenciar diretamente no negócio delas. É essa a triste realidade que eu prometo combater uma vez formado *cof* em publicidade *cof*, publicitário por publicitário.

sábado, 22 de dezembro de 2007

Moreno, 1,89m, 69kg, vendo meu corpo pra pagar formatura

Publicitário tem mania de sempre tentar parecer espertinho, ousado, imbecil... E, na maioria das vezes, fracassam miseravelmente nos itens número um e dois.
Escrevo isso enquanto olho para o convite da minha formatura, uma espécie de prostituição velada misturada com um toque de humor publicitês de penúltima categoria. Digamos que eu fui chamado de 'carne nova no mercado', e que o meu majestoso semblante se encontra estampado em um bife de segunda, embalado em plástico filme dentro de uma bandeja de isopôr. Com direito a carimbo e código de barras. Grave assim. E para colocar um pouco de tempero na mixórdia toda, nada melhor do que um sachê de Sazon contendo informações sobre local, data e hora da recepção dos convidados (aqueles que não se sentiram ligeiramente ofendidos ao receberem tão grotesco convite). O consenso no dia da entrega dos bifes era algo do tipo "puta que pariu, agora com que cara eu entrego isso pra minha família?". O negócio agora é sentar, esperar e rezar para que as piadinhas de cunho sexual cessem depois do dia da formatura.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Sexualidade precoce: a gente vê por aqui.

"Mamãe, por que é que aquela moça tá pelada roçando a genitália em um poste de luz cercada por um grupo de homens tarados em um quarto escuro enquanto o Antônio Fagundes fica olhando pela janelinha?". Foi a pergunta que muitas crianças lesadas fizeram para os pais na semana retrasada, ao se referirem à cena da novela Duas Caras em que a personagem de Flávia Alessandra - uma dona-de-casa mais do que desesperada por sexo casual - mostra todos os seus dotes físicos em uma performance de deixar muito marmanjo visivelmente excitado, causando conflitos matrimoniais graves do Oiapoque ao Chuí.
"Absurdo! Ela estava usando uma lantejoula prateada em cada mamilo e um fio-dental cor-de-pele tamanho PP, suficientes para que não se pudesse considerar aquilo como nudez imprópria para o horário e para a classificação indicativa de 12 anos ou mais!", afirmaram os diretores, produtores e advogados da Rede Globo. Afinal, nove horas da noite já é hora de criança estar na cama, e ninguém tem culpa se o Brasil abrange quatro fusos horários diferentes! Além disso, a audiência de Duas Caras está quase dando traço, e agora que já inventaram até ameaça de morte para o Aguinaldo Silva, só mesmo apelando pra Flávia Alessandra pelada.
A teledramaturgia brasileira já vem num crescente de pornografia softcore há algum tempo - ao contrário do cinema brasileiro, que trilhou o caminho inverso: da putaria desenfreada para o recatamento - e a tendência é que, já na próxima novela das oito, estejamos presenciando a primeira cena de sexo explícito da história da TV aberta no país. Só não vão me escalar a Cláudia Raio para o papel, porque daí a coisa já tende mais para a zoofilia homoerótica. Nada bonito de se ver.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Ma che stronzo!

Outro dia eu vi no Jornal Hoje uma notícia que, em um primeiro momento, me soou triste, depois acabou ficando até meio engraçada, e no final me estressou de uma certa forma que eu tive que vir registrar aqui. A manchete sensacionalista da vez era "Turista italiano é morto durante assalto no Rio". Até aí tudo bem, matar turista não é novidade e nem nunca foi. Entretanto, assistindo à reportagem até o final, descobre-se que este ser proveniente da terra da Cicciolina, enquanto passeava com a família no calçadão de Ipanema ou Copacabana (o que for mais chique), presenciou uma cena terrível: um neguinho passou correndo de bicicleta e arrancou a corrente de ouro do seu pai. Nisso, o maledeto sem noção sai correndo atrás do meliante, iniciando uma batalha corpo-a-corpo que culmina em ambos turista defunto e assaltante caídos no meio da movimentadíssima rua do calçadão, seguindo-se a isso o atropelamento do primeiro por um ônibus e a fuga do segundo. Agora, digam-me vocês: Esta pessoa morreu durante um assalto no Rio de Janeiro, ou ele era apenas idiota e, na verdade, já estava morto por dentro? Que correntinha de ouro é tão importante assim pro cara sair correndo atrás de um vândalo movido à duas rodas?
Notícia vai, notícia vem, e a imprensa italiana acabou divulgando notas ainda mais sensacionalistas do que as do Jornaleco da Globo, relembrando aos seus cidadãos (é sempre bom relembrar) que o Rio de Janeiro é uma das cidades mais perigosas do mundo, que no Brasil as pessoas têm rabo e que os comunistas comem criancinhas. A última? Colocaram até o BOPE atrás do menino que surrupiou a mísera corrente de ouro, só pra provar pros gringos que aqui no Brasil se faz justiça, sim, mesmo que seja apenas para cachorros pequenos e famintos.

domingo, 4 de novembro de 2007

Quase de volta...

Os últimos dias da minha monografia (e da minha sanidade mental) estão chegando.
Coisas boas estão por vir.
Aguardem.

domingo, 14 de outubro de 2007

Piores clipes do mundo (1)



Meus olhos doem.. Meus ouvidos doem... Detenham essa mulher enquanto há tempo. Eu já vi clipes ruins, mas isso já é atentado ao pudor. Pra quem quiser baixar, ou recomendar pros amigos, o nome da música é (muito apropriadamente) "Hold on", da adorável KT 'dentinho acavalado' Tunstall.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

"Isso aí que tá cantando é a cria do demônio que inalou gás Hélio"? "Não, mãe, é a Joanna Newsom".

Joanna Newsom é o tipo de artista que tu nem se dá ao trabalho de indicar pros conhecidos: primeiro porque dá vontade de guardar esta preciosidade só pra gente, e segundo porque tu sabe que eles vão sentir ânsia de vômito na primeira (e, possivelmente, última) vez que ouvirem a voz dessa mulher. Sendo assim, a cena que eu presenciei neste domingo último ainda me traz desconforto: meu pai, minha mãe, minha irmã, meu cunhado e eu, todos no mesmo carro, indo em direção ao Santander Cultural para assistir ao show da Joanna Newsom.
E o que é que foi aquilo, meu Deus? Nada nem ninguém poderia ter me preparado para aquele show. Diante de uma platéia atônita, que ia desde Tatata Pimentel até o Clube da Geriatria, passando por uma gangue de emos e outros espécimes da fauna local, essa mulher fez um show irretocável, tecnicamente perfeito, que me fez sentir mal por ter pago apenas dez reais pelo ingresso. Começou com "Bridges and Balloons", que abre o seu CD de estréia, e que eu tentei filmar sem sucesso por estar tremendo de emoção. Depois cantou "Emily", engolindo um dos versos por engano durante a execução, deslize pelo qual ela se desculpou ao final da canção. E depois veio "Cosmia", "The Book of Right-On", "Colleen", a brutal "Sawdust and Diamonds", a minha não tão favorita "Peach, Plum, Pear", além de uma música novinha em folha, que compete com qualquer coisa que ela já escreveu até hoje. De arrepiar mesmo. E assim foi indo, até que ela cumpriu o velho protocolo do "vou ali atrás e já volto, mas não foi porque vocês aplaudiram".
E voltou. E sentou. E perguntou o que queriam que ela tocasse. "Sadie", gritavam uns. "The Sprout and the Bean", gritavam outros, recebendo um enfático "não, me desculpe" da rapariga. Quando gritaram "Only Skin", eu pensei comigo mesmo "coitados de vocês que a mulher vai cantar essa música, que é a minha preferida do Ys, e que tem 16 minutos de duração, e que é uma das coisas mais devastadoras já escritas". Eis que ela começa: "...and there was a booming above you that night". Bom, a partir daquele momento, até os dias de hoje, eu fiquei arrepiado em todos os lugares que têm a possibilidade de ficar arrepiados. E rezo para que ela volte pra Porto Alegre, o que pode acontecer, a julgar pela receptividade dela e do público, que aplaudiu em pé por mais de cinco minutos (minhas mãos sangraram). Minha irmã, que apelidou a Jo (pra não ter que escrever Joanna Newsom...bom agora eu já escrevi) de Pato Donald, ficou com vergonha de dizer que gostou. Meu cunhado (que ri descontroladamente toda vez que ouve "Peach, Plum, Pear") também. Meu pai e minha mãe, que não davam nem um peido pela mulher, viraram fãs. E assim é a vida. Uns gostam de Joanna Newsom, outros são idiotas, e os outros mentem.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Pênis ou coração?

<3

Desculpem, não tenho tido mais tempo de postar aqui por causa da minha monografia, que está enlouquecendo a mim e à minha família toda. Portanto, fica aqui a dúvida: pênis ou coração?

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

CD NOVO DO RADIOHEAD CD NOVO DO RADIOHEAD CD NOVO DO RADIOHEAD

IN RAINBOWS.
SEMANA QUE VEEEEEM!
PAGA QUANTO QUISER.
DOWNLOAD, DISCBOX OU CD NO COMEÇO DO ANO QUE VEM.
MIJEI NAS CALÇAS.

Comunidades que não existem no Orkut, mas que deveriam existir, na minha humilde opinião

A arte de esticar o site da PUCRS.
Pra todos aqueles que sentem um prazer inigualável quando conseguem esticar o site da PUC, a página mais interativa e divertida de toda a web 2.0.
***
Queremos Pipoca Beija-Flor 5kg!!!!!1
Tá na cara que 500g não é o suficiente, porra!
***
Já fiquei sem água pra lavar as mãos no banheiro da FAMECOS.
"...saindo do banheiro, ensaboei as mãos e apertei o botãozinho da torneira quando, para minha surpresa, percebi que a água tinha acabado e que eu ia ter que limpar na roupa mesmo".
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Quebrei um dente imitando Mary Poppins.
Em minha defesa, eu tinha apenas sete anos, e aquela cena onde todo mundo ri e sai voando era muito realística para a época...
***
Eu ajudo velhinhas no supermercado.
- Você pode me dizer onde ficam as fraldas geriátricas, faz favor?
- Ficam bem ali do lado do gel lubrificante e embaixo dos absorventes internos, minha senhora.
- Obrigado, meu filho. Deus lhe pague.
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Atingi o orgasmo ouvindo Animal Collective.
- Ah, meu Deus, é agora, É AGORA!
- [toc toc] Tá tudo bem aí dentro, filho?
- Sim, mãe. Agora tá. Mas obrigado por perguntar, viu?

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Leiaute novo

Para celebrar o primeiro ano do meu blog - em sua atual encarnação - eu andei modificando algumas coisas por aqui, a começar pelo nome e visual novinhos em folha. Se você for a pessoa que produziu a arte que eu utilizei no cabeçalho do novo leiaute, favor me contatar para que eu possa primeiro parabenizá-lo e, depois, suborná-lo de forma a poder continuar usando a imagem sem maiores transtornos.
Meus agradecimentos às duas pessoas que visitam o site. Vocês sabem quem são. Também agradeço aos meus pais e à minha irmã, que são a base de tudo. Meus avós, cunhado, tios, primos e amigos, que me influenciaram a ser a pessoa que eu sou hoje. Meus empresários e meu advogado. Sem vocês eu não teria chegado tão longe nesse ramo tão competitivo e traiçoeiro. Eu batalhei muito pra chegar até aqui, e esta noite é como a realização de um sonho pra mim. Obrigado a todos.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

E a capital do Brasil é...

...Rio de Janeiro, seus idiotas. Pelo menos foi o que disse um correspondente do The Guardian - possivelmente uma das várias pessoas que assistiram Eu ainda sei o que vocês fizeram no verão passado só até a metade - ao comentar o filme Tropa de Elite. O mais absurdo é que a notícia que subverte a história do nosso país continua no site até o momento em que eu escrevo essa asneira toda. Pelo amor de Deus. Vamos acordar para a realidade. Claro que ninguém é obrigado a saber a capital da Eritréia ou das Ilhas Salomão, mas o mínimo que a gente espera de um jornalista que trabalha para um veículo sério é que ele saiba que a capital dos EUA não é Nova York, que a capital da Austrália não é Sidney e que a Brandy morreu no final do filme. Mentira, ela não morreu, não. Mas ficou meio manca.
...
Edit: Finalmente, algum infeliz se deu conta do erro e corrigiu o texto original. Ao final da reportagem, lê-se agora: This article was amended on Wednesday September 26 2007. The article above originally referred to Rio de Janiero (rather than Brasilia) as the capital of Brazil - the error was introduced during the editing process. This has been corrected.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Três fatos aleatoriamente desinteressantes

- Sábado eu fui no show do Tom Zé e foi bom demais. Comprei o livro dele (Tropicalista Lenta Luta) e um CD que eu não tinha ainda (Jogos de armar). Ele cantou até Brigitte Bardot, com direito a um momento de catarse um pouco assustador, além do Danç-Eh-Sá na íntegra (melhor ainda ao vivo) e algumas outras coisas mais antigas. O cara é uma figura. Só vendo pra entender como ele consegue ir da mitologia grega pra prostituição no nordeste do Brasil, passando por um incidente na Daslu e culminando em 'Companheiro Bush'. Quem foi, sabe.
+++
- Já no domingo eu fui no show da Juana Molina, que, como eu já havia comentado aqui há algum tempo, é uma banda-de-uma-mulher só. Ela entrou meio com cara de cu, mas acabou ganhando a simpatia do público quando explicou que não falava nada de português e perguntou se 'obrigada' era uma palavra só (?). O show foi muito bom, e muito curto também, mas por dez reais a gente não pode reclamar. Faltou cantar 'Río Seco', que eu espero que ela tenha deixado de fora de propósito pra tocar na próxima vez que vier pra cá. E ela há de vir.
+++
- Hoje eu vi o pior comercial de todos os tempos. Era de um Shampoo, Seda Chocolate não-sei-o-que-lá. Ele seguia a seguinte lógica: shampoo de chocolate -> chocolate de verdade -> brigadeiro -> mulher girando dentro de um pelotini (que, pra quem não sabe, é a forminha xumbrega de papel onde a gente coloca o negrinho pra servir em festa de criança). Sem brincadeira. Eu tirei os óculos, limpei, coloquei de volta, e a mulher realmente estava girando dentro de um pelotini diante dos meus olhos! Eu não sabia se ria ou se pedia para a minha família me internar no Pinel depois de presenciar um comercial dessa espécie. Será que eu vi direito mesmo?

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Correndo o risco de ter que pagar direitos autorais pro Bóris Casoy...

Hoje eu li uma notícia muito triste: A Renault, em parceria com a Nissan, está tentando fabricar um carro aqui no Brasil que custará R$6 mil. Pode parecer discurso elitista e preconceituoso, mas se a situação do trânsito brasileiro nas grandes cidades já se encontra a um dedo mindinho de atingir o estado de calamidade, imaginem se um carro que pode, praticamente, ser adquirido por quase todo mundo surge no mercado. As empresas aéreas já deram o exemplo sobre como o capitalismo selvagem levará, eventualmente ao caos - isso sem falar nos danos irreparáveis feitos ao meio ambiente pelo uso abusivo de combustíveis fósseis. Hoje em dia o Joãozinho da Vila do Cachorro Sentado pode tranqüilamente economizar o seu salário de três meses e comprar passagens de ida e volta pro Rio de Janeiro ou São Paulo. Obviamente, é direito dele, assim como é meu direito e de todos nós embarcar em um avião e seguir viagem. Mas o resultado a gente vê na TV, e não é só no Brasil, como muitos limpadores-de-bunda-de-americano podem pensar. O problema é mundial e só tende a piorar.
Com a introdução de um carro que custa, digamos assim, uma bagatela, o caos se instalará definitivamente neste país. Quem dirige sabe que o trânsito está está se tornando alarmante em progressão aritmética, inutilizando a antiquada e obsoleta expressão 'horário de pico', ou 'rush hour'. São Paulo se transformou em uma serpente soltadora de fumaça do demônio, com engarrafamentos que beiram os 200km de extensão, e Porto Alegre parece estar querendo imitar a sua prima maior no que ela tem de pior.
Mas o que mais chama atenção é que, em nenhum trecho da matéria do Terra os caras mencionam sequer alguma preocupação ambiental. Nem mesmo para gerar alguma simpatia nos consumidores, como a maioria das empresas, com a maior cara-de-pau, faz hoje em dia. Infelizmente, temos aí mais um exemplo de pensamento corporativista sufocando as questões de sustentabilidade social e ambiental das quais desesperadamente dependemos para que possamos continuar produzindo carros de seis mil reais e vendendo passagens aéreas a dez reais sobre esta Terra. Um longo e perigoso passo em direção ao abismo que nos engolirá a todos.

domingo, 9 de setembro de 2007

Três parágrafos sobre propaganda

- Detesto comerciais de TV, mas nessa semana eu vi no GNT um super divertido da Nokia, onde aparece um grupo de mulheres dentro de um carro, daí o locutor fala "bla bla bla elas estão escutando a mesma música que os caras do 42. Não acredita? Então põe lá pra ver". É óbvio que neste momento eu já estava lá no Multishow pagando pra ver se essa campanha super divertida poderia de fato estar sendo veiculada em meio à mixórdia publicitária que habita entre um intervalo e outro. E era verdade. E foi muito divertido. Agora eu quero ver o comercial do 42, pra trocar pro 41 e experienciar a mesma coisa só que ao contrário. Claro que os celulares da Nokia continuam sendo mais feios do que o chupa-cabra com síndrome de Down, mas o que importa é que a música não pára, ou coisa parecida.
...
- Qual é a da falta de criatividade dos criativos publicitários em me apresentar não uma, mas várias campanhas com pessoas congelando por causa da refrescância? É Halls, é cerveja, é desodorante... Um deles, em especial, foi chocante demais: a pessoa chupava um desses drops imbecis e daí congelava, e daí o carro freava bruscamente e a cabeça do cara caía no colo da mulher, e daí eu não lembro do final, porque eu não acreditei em tamanho mal gosto e fiquei eu mesmo congelado diante da TV por alguns segundos.
...
- Propagandas de cerveja são degradantes. E eu não me refiro ao velho discurso das mulheres que se sentem prostituídas e objeto sexual e o escambau. Não. São degradantes para a minha inteligência mesmo. A que compara os homens a ratos com deficiência mental me deixa envergonhado até os dias de hoje. É, aquela dos caras que ficam tomando choque na porta da geladeira um vez, duas, três vezes, até a hora em que eu troco de canal ou jogo cocô no televisor. Terrível. E a do cara que ameaça colocar um bode na sala de estar para que a mulher inexplicavelmente permita com que ele coloque uma geladeira de Skol ao invés disso. Genial! Mas tem uma que eu acho engraçada, embora não devesse, que é justamente aquela contra o excesso de álcool, com uma trilha musical imitando a Ivete Sangalo, em que acontece uma série de desgraças enquanto a música alegre fica tocando. Eu acho graça dessa.

domingo, 2 de setembro de 2007

Cleusaaaa!

- Olha, mãe! Meu primeiro fio de cabelo branco!
- Que bonito, filho! Agora volta já pro teu quarto e escreve mais cinco páginas da monografia.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Vem cá: e doeu?

Acabei de ler uma notícia sobre a nova campanha da Parmalat, que vai desenterrar os mamíferos que gostam de tomar...leite. Ao que parece, as mesmas crianças do famoso comercial - que agora têm idade suficiente para serem presas - tentarão vestir as velhas fantasias sem sucesso. Então uma pergunta para a outra, em certa altura do comercial, "tomou?", e a outra responde, com um sorrizinho sacana no canto da boca (imagino eu), "ôôoo". Ou seja, perversão infantil velada de primeira qualidade. Quer dizer, as criancinhas estavam tomando durante dez anos seguidos. Deu pra entender a gravidade da situação?
A campanha estréia nesta quinta-feira (30/08), para os que se interessam por comerciais de leite envolvendo pedofilia com fetiche de criancinhas fantasiadas de animais. Pior do que a propaganda da Assolan não pode ser. Ou pode? E viva o Nizan Guanaes!

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Mastercard apresenta: o meu aniversário

- Champagne e sushi à meia-noite;
- mais um cartão escrito 'aniversário' e 'aniversariante' com dois "s" e "salve o dia 22 de agosto de 2007";
- minha vó cantando bêbada no telefone;
- meu tio ligando uma semana depois do meu aniversário;
- minha priminha de dois anos tentando falar "parabéns, Dani";
- chapéu oficial de cozinheiro de Pastéis de Belém;
- muitos e muitos CDs;
- caixa de DVDs do Almodóvar;
- torta de chocolate e morango com uma vela gigante e outra de despacho;
- ser acordado por uma mensagem da Maria Luiza;
- fazer 21 anos e metade dos contatos do Orkut não acreditarem;
- deixar de jantar no Koh Pee Pee pra ir na aula de Projeto em PP;
...
Não tem preço.

domingo, 19 de agosto de 2007

Porco-aranha + Ralph-gay - Cérebro x A Turma do Didi = Os Simpsons - O Filme

Pra quem não sabe - e eu detesto ser o provedor de más notícias - os Simpsons morreram. Foi uma morte lenta e sofrível, mas o que importa é que eles morreram. Deixaram saudades, mas morreram. Quando eu soube que a Fox tinha encomendado a reabertura do caixão da família amarela mais querida deste planeta Terra, na forma de um longa-metragem abusivamente desnecessário, confesso que senti um sopro no coração, seguido de forte náusea e diarréia líquida. Depois, parei pra pensar se realmente valia a pena reanimar cadáveres em troca de dinheiro fácil. A resposta foi não. Entretanto, sentia que era meu dever prestar esse último ato de solidariedade com meus caros cidadãos de Springfield. E fui assistir a isso que eles chamam de Os Simpsons - O Filme, ou semelhante cousa. Acompanhado de pessoas desprovidas de cérebro, devo acrescentar. E me arrependi amargamente. E chorei um pouco ajoelhado num canto. E então vim escrever sobre como eu acho que as pessoas são idiotas e condicionáveis nesse período da História. E não só porque elas riem a cada vez que uma piada envolvendo humor físico cansado - do tipo "Bridget Jones tropeçando no cadarço" - aparece na tela, ou porque fazem questão de frisar o "rá-rá-rá" para que todos na sala do cinema fiquem sabendo que elas entenderam uma piada velha e sem graça. Mas também porque...bom, na verdade era só por causa disso mesmo. Mas já é prova suficiente.
Os Simpsons morreram há mais ou menos umas sete temporadas, quando contrataram os roteiristas de A Praça é Nossa para escrever as histórias, que passaram a ser calcadas em participações especiais e tiradas de fazer o Tom Cavalcante balançar a cabeça em descrença. Então eu me pergunto: o mundo precisava deste filme? E, então, eu mesmo respondo: uma xonga!

sábado, 18 de agosto de 2007

Profissão: publicitário

"Caro Colunista:
Estou enfrentando um enorme problema. Meu pai pegou prisão perpétua por assassinato. Minha mãe fugiu de casa quando nós éramos pequenos. Minhas duas irmãs são prostitutas em Orange County. Meu irmão trabalha com publicidade. Agora eu conheci a mulher dos meus sonhos e quero ser completamente honesto, mas como é que eu vou contar pra ela sobre o meu irmão?"
R.L.
Fonte: Punk Marketing, de Richard Laermer e Mark Simmons, p. 135.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Roberto Justus para presidente!

O que é que cereais matinais em formatos lúdicos e prostitutas que sobem de nível social têm em comum? A julgar pelo péssimo profissional de mídia que inseriu um comercial do Estrelitas da Nestlé em pleno intervalo de Paraíso Tropical, estrelinhas com gosto de mel e meia dúzia de biscates que sofrem abusos verbais e físicos andam de mãos dadas.
Agora eu pergunto: onde vai chegar a falta de bom senso dessa maldita publicidade? Deveria ser crime expor a população de um país aos desatinos de uma cambada de bacanas que lêem O Caçador de Pipas, O Código Da Vinci e ficam vomitando termos em inglês mal pronunciado como se estivessem prestando algum serviço à sociedade. Ao invés disso, esse povinho segue impune e pensa que está acima do bem e do mal, achando que é censura proibir a veiculação de campanhas de bebidas alcólicas, porque, citando algum publicitário imbecil cuja opinião eu tive o desprazer de ler na edição da semana passada da Meio & Mensagem, "a propaganda não é nada. Ela não tem todo esse poder que as pessoas pensam", e continua vomitando pérolas, como "Mulher vende qualquer produto. E se propaganda traduz a realidade [??? - perplexidade do autor diante de tamanha defecação verbal], a realidade da mesa de bar é mulher e futebol. E é justo por conta do futebol, com seus patrocínios de cervejas citados nos telejornais, que há a exibição de comerciais fora do horário estabelecido pelo Conar". Logo, o cisne transsexual que perdeu os testículos tinha cigarro verde na testa do cavalo minha avó de calcinha de bolinha Ticiane Pinheiro chimichanga machaca. Sem comentários.
Palmas para a F/Nazca, que apóia a inclusão social no país ao colocar um deficiente mental no cargo de sócio-diretor da agência.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Volta às aulas

É com muito pesar que anuncio o início das aulas do segundo semestre de 2007 da PUCRS.
Muito, mas muito pesar mesmo. Pra falar a verdade, eu chorei um pouco enquanto escrevia este post.
Boa sorte pros que merecem.
É agora ou nunca!

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Três coisas que perderam a razão de ser, ou nunca tiveram uma

Anúncios de "desligue seu celular ou pager" em cinemas e teatros:
"Desligue o seu celular" é necessário, porque, infelizmente, ainda tem idiota pra tudo nesse mundo pervertido. Mas pager já é demais. Pelo amor de Deus. Quem é que usa pager a esta altura do século XXI? 85% da população mundial, se questionada, nem saberia responder o que é um pager. Aliás, quem inventou esse tal de pager deveria ter sido enterrado vivo, junto com o cara que inventou o patinete elétrico e o delinqüente mental do Dinho Ouro Preto.
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Saquinhos de vômito no avião:
Alguém aqui já vomitou dentro de um avião? É o que eu pensava. Vomitar por causa de um avião é tão ou mais ridículo do que rir de um quadro do Zorra Total ou chorar ouvindo Chitãozinho e Xororó. Daqui a pouco os caras tão colocando saquinho de vômito dentro do elevador, no cinema, na escada rolante... E vomitar dentro de um saco? Cá pra nós. Alguém já tentou vomitar dentro de um saco alguma vez? Não é nada fácil, quando tem grão de arroz saindo pelo nariz e casca de milho saindo pela orelha. Nada fácil, eu digo.
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Papel higiênico de folha simples:
Sabe quando o chamado da mãe natureza foi atendido com sucesso e o pobre vivente se prepara para higienizar a região do corpo onde o sol não chega, olha pro lado e se depara com aquele ameaçador rolo de papel higiênico cuja economia de papel causará a sua ruína sanitária? Convenhamos que é sofrível. E também convenhamos que é preciso o dobro ou o triplo de camadas de papel para completar a tarefa. Então eu pergunto: pra que isso, meu Deus? Pra quê?

sábado, 28 de julho de 2007

Serviço de utilidade musical

Pra quem gosta de Devendra Banhart e de Los Hermanos (ou mais especificamente Rodrigo Amarante) aí vai o link para duas novas canções do Smokey Rolls Down Thunder Canyon, novo disco do Devendra, com lançamento marcado pra setembro, e que tem participação especial do Amarante. Pra quem não conhece (um ou outro), acho que tá mais do que na hora de conhecer: http://www.myspace.com/devendrabanhart
Parece que o tracklist revelado no mês passado era só pra tirar um sarro mesmo. Entretanto, no lugar de Hubba Hubba Planet, Koala Mans Return to Pineapple temple e Rich Gals Shampoo n' Conditioner Blues agora teremos que nos contentar com Samba Vexillographica e Tonada Yanomaminista. No link, dá pra conferir esta última e mais um dueto com o Rodrigo Amarante, chamado Rosa.
Smokey Rolls Down Thunder Canyon possui 16 faixas da mais pura piração hippie-folk-rock e chega às lojas americanas no dia 23 de setembro. No Brasil só chega no dia em que a Xuxa voltar a fazer filme pornô.

terça-feira, 17 de julho de 2007

Boletim do Pan (1)

Por enquanto, as minhas férias têm se resumido a dormir até o meio-dia, comer feito um filhote de baleia orca, sambar e cantar ouvindo "Estudando o pagode", jogar tênis e boliche no Wii e assistir às competições de ginástica artística do Pan. Não que eu esteja reclamando. Eu aprendi, por exemplo, que o flip lateral arqueado vale mais do que o mortal cortado para trás e que os americanos não são pessoas de verdade. Fiquei morrendo de pena da Jade que, quando consegue parar em pé na trave o povo já sai batendo palma enlouquecido, com o coração na mão, pensando "não vai cair de novo, sua mongolona". Makhtub. Fiquei com pena também do Jesus (que, felizmente, não é brasileiro), já que ninguém contou pra ele que o certo não é aterrissar de bunda depois de saltar sobre o cavalo, e sim de pé. Os americanos, que obviamente compraram os jurados, já ganharam mais medalhas de ouro do que nós brasileiros ganhamos medalhas de todos os tipos. Tudo culpa da Jade, que passa mais tempo caminhando em volta da trave do que sobre ela (pelo menos ela levou ouro no salto sobre o cavalo). E da Daiane, que simulou uma torsão no tornozelo porque se peidou pras gringas, que são controladas por computador. Os nadadores tentaram salvar a pátria hoje de manhã, ganhando não uma, mas duas medalhas de ouro (no 400 medley e no 4x200 livre). E ainda bateram o recorde pan-americano de revezamento. Graças, em parte, ao Thiago Pereira. E parece que o Diego Hypólito está conquistando mais uma medalha de ouro pro Brasil no momento em que escrevo. Com certeza, é um bom dia para o Brasil no Pan. Viva.

domingo, 15 de julho de 2007

Minhas férias no cinema (Parte 1 de 1)

Pai e filho (Aleksandr Sokurov, 2003):
Sabe aquele tipo de sessão em que tu entra e pensa: putz, vão cancelar essa merda por falta de público? Era destas. Após uma série angustiante de problemas com o áudio e um inusitado telefonema atendido, para minha surpresa, durante a exibição, deixei a sala somente meio satisfeito com este filme do Sokurov. A sinopse do Arteplex, e metade da população mundial, acusa um certo grau de homoerotismo na relação entre o tal pai e o tal filho, mas, sinceramente, eu acho que eles não entenderam nada do filme. O começo sugere uma putaria generalizada, mas, quem conseguiu ficar até o fim, e possui os dois hemisférios cerebrais interligados, vai entender o porquê de tão dissonante cena. Recomendo pra quem tiver bastante paciência cinematográfica e muito tempo livre.
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Baixio das bestas (Cláudio Assis, 2007):
Uma homenagem ao cinema pornô disfarçada de reivindicação dos direitos da mulher na sociedade atual. Tipo, putaria total, entende? Não é tão ruim quanto alguns críticos possam tentar te fazer crer, nem tão bom quanto o diretor pretendia que fosse. O que eu entendi do filme? A vida no sertão nordestino é uma prostituição, em todos os sentidos e níveis de interpretação; o Caio Blat adora esfregar o tico na frente das câmeras; enquanto o avô da guria ("ela é filha do avô?") fica bolinando ela, e a plantação de cana pega fogo, o resto é tudo carnaval; homenagens sutis ao cinema, do tipo 'inserir um trecho explícito de Oh! Rebuceteio no meio do filme', ou a cena em que o Matheus Nachtergaele tira a roupa e sai gritando "pega a manteiga que hoje eu quero comer cu", me trouxeram lágrimas aos olhos; a mulher como objeto, o que fica evidente nas três cenas de estupro, onde o diretor faz questão de mostrar as mulheres violentadas fragilizadas e inertes perante o violentador. Teve gente que saiu da sala e nunca mais voltou...
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Ratatouille (Brad Bird, 2007):
Quem gosta de Shrek que me perdoe, mas a Pixar não tem concorrentes no mundo da animação digital. Simplesmente não tem, e não adianta insistir. Com eles não tem essa de "até que os trouxas parem de achar graça na cara de tacho desse gato de botas e das piadas gastas desse burro imbecil, a gente continua lançando um Shrek por ano, combinado?". A Pixar tem estilo e, o mais importante, histórias para contar. Mas o que mais me deixa orgulhoso é que eles não precisam colocar uma piada infame em cada cena pra agradar o público: tomam o tempo que for necessário para construir seus personagens e transitar confortavelmente pelo ir e vir da história. Ratatouille é muito especial pra mim porque trata de duas de minhas coisas favoritas: comida e ratos. Colocar como protagonista um rato que cozinha, então, é covardia. Pra quem quiser aprender como se faz uma animação de qualidade, recomendo. Para os que se divertiram assistindo "Deu a louca na Chapeuzinho Vermelho", recomendo distância.
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Paris, te amo (vários, 2006):
A idéia de juntar uma dúzia de diretores de países diferentes para falar sobre amor em Paris pode parecer tentadora, mas quando eu saí da sala do cinema ontem, só conseguia pensar duas coisas: "aquela era a Feist cantando durante os créditos?" e "esse filme foi realmente necessário?". Cada diretor ganhou uns cinco minutos para mostrar a sua versão de uma história de amor em Paris, o que significa que alguns segmentos são interessantes, outros são vergonhosos e outros ainda são terríveis. Com tantos finais felizes/infelizes juntos, parece que o filme tem doze horas de duração, e não meras duas horas. Quem quiser parecer cool durante uma conversa informal, que assista. Mas no fundo eu sei que ninguém gostou dessa aberração fílmica. Cá pra nós, Elijah Wood fazendo cara de Frodo Bolseiro (isso mesmo, aquela cara de quem tá levando por trás) enquanto é penetrado por uma vampira no meio de um filme até aquele momento normal, nem de graça. E o infeliz que escolheu deixar a história da gorda carteira pro final deveria ser demitido do cargo de editor ou de ser humano como um todo.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Cantoras x Profissionais do sexo

O que acontece com essas novas-prostitutas que ficam cantando ali na MTV? Aquela que ficava dizendo que "eu sou igual a um passarinho" e "eu quero voar pra bem longe" bla bla bla: puta. A outra que deve ter sofrido tanto com o martírio tormento d'amore que resolveu virar: puta. Até mesmo a velha jével mãos-pequenas: putchanga! E a tal da Beyoncé piorada, que dança feito um orangotango com prurido anal, esqueceu onde fica o Brasil e ficou loira pra gringo ver: biscate com diploma e duplo twist carpado! Só falta agora a Sandy gravar um videoclipe pagando boquete pra Família Lima para eu desistir de vez de entender aonde essa putaria toda vai chegar. Pelo menos a Bruna Surfistinha escreve livros...

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Três coisas que você podia dormir sem saber

Outro dia eu cheguei na FAMECOS e estavam tocando "Declare Independence", do novo CD da Björk, uma escolha no mínimo horrenda para uma rádio de saguão.
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Pessoas que dizem "eu sei tudo de inglês" na verdade são um cocô em português e têm pau pequeno.
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Outro dia eu assisti a um filme chamado "A menina e o estuprador", que muito me assustou, e que me fez sentir saudades de "Oh! Rebuceteio".

aS publisidade eh cutlura!!1

Eu agradeço à publicidade por aprender diariamente coisas que, de outra forma, eu passaria por esta vida sem descobrir. Por exemplo, eu descobri que gato tem etapa e estilo de vida, e que se o dono não comprar o Cat Chow correto, ele corre o risco de perder os órgãos genitais em um acesso de fúria de seu felino mascote. Descobri também que é óóóbvio que não existe nada mais desconfortável do que secura vaginal neste mundo. E cá pra nós: quem não odeia ter que fazer aquela corridinha matinal com a vagina seca feito uma lixa? Outra coisa importante que eu aprendi foi que se eu deixar as minhas havaianas viradas pra baixo na beira da praia, uma mulher muito gostosa e fácil vai aparecer e se oferecer para fazer sexo dentro d'água comigo. Também descobri que, se tudo der errado na minha carreira profissional, eu posso virar redator do comercial da Avon com a Ana Paula Arósio, aquele onde ela está toda maquiada com cores surpreendentes, de tons contrastantes e toques aveludados, que dão um visual energizante e estimulante. Quanta coisa eu não já aprendi com a publicidade? Bastante coisa, eu digo. Bastantes coisas.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Dê uêi fins ár

Quantos publicitários desavantajados intelectualmente são necessários para criar slogans ultrajantes como "as coisas como são" e "é o que é"? Resposta: nenhum. Na verdade essa pergunta foi um pega-ratão, porque todo mundo sabe que ninguém precisa de publicitários. E digo mais: se todo o quadro de funcionários de todas as agências de publicidade do mundo fosse substituído por uma dúzia de chimpanzés sem treinamento profissional, dou palavra minha de que saía coisa melhor. "Sprite. As coisas como são". Nossa, poético o negócio! Imagino como foi o brainstorm dessa aberração de campanha imbecil:
publicitário acéfalo n.1: O negócio é o seguinte, pessoal: eu vou passar esse saquinho com várias palavras desconexas e aleatórias, então cada um de vocês vai enfiar a mão dentro desse saquinho e dizer em voz alta a palavra que pegou de dentro do saquinho.
publicitário acéfalo n.2: Primeiro eu! Primeiro eu! Eba, peguei um "as"
publicitário acéfalo n.3: Eu peguei "coisas"
publicitário acéfalo n.4: E eu tenho aqui um..."como"
publicitário acéfalo n.5: "São"
publicitário acéfalo n.1: Beleza. Então fechamos em "as coisas como são". O que vocês acham? Se não gostaram eu passo o saquinho mais uma vez.
publicitários acéfalos de 1 a 5, em uníssono: Não, ficou bom assim. Agora vamos fazer a do Guaraná Antártica.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Minha primeira síncope

O Washington Olivetto disse que o primeiro sutiã (ou era Valisére?) a gente nunca esquece. Mas como eu não carrego um par de seios saltitantes em meu tórax, resta a mim nunca esquecer do meu primeiro desfalecimento, que ocorreu, sem muitas expectativas, na noite de hoje. Este pobre vivente levantou da cama para retirar um livro da estante, porém calculou errado o tempo do trajeto entre seu leito e sua gigantesca biblioteca particular e acabou vendo tudo preto antes de poder gritar por socorro. Seu pai, que ouviu o barulho da queda, pensou ter ouvido apenas a porta do banheiro sendo fechada com violência sobrehumana ou o costumeiro deixar cair de uma tonelada de livros sobre um inocente monografista, e não deu por conta de que este que vos fala jazia estatelado em seu humilde habitat. Eis que o recente desmaiado volta da quase-morte e pensa ter retornado de uma viagem astral psicodélica, soergue-se e tenta relatar o ocorrido ao seu distraído pai, que sugere que ele sente na cama enquanto pede desesperadamente pelo medidor de pressão, que termina por revelar a temível combinação de sístole e diástole de 15 por 10, o suficiente para podermos considerá-lo, praticamente, defunto naquele momento tão especial de sua vida. Então o pobre menino sente a euforia característica dos novos desmaiados, acompanhado da vontade de contar a tudo e a todos sobre o seu cóccix fraturado, sua possível contusão cerebral e seus momentos de experiência extra-corpórea, tarefa a qual, com relativo sucesso, ele acaba de cumprir.

terça-feira, 29 de maio de 2007

Neve em Porto Alegre

Quer coisa melhor do que passar o dia mais frio da minha vida trancado no quarto comendo farofa com ovo e ouvindo Iron & Wine enquanto assisto Casos de Família?

domingo, 20 de maio de 2007

xópin mau

"A sociedade que modela tudo o que a cerca construiu uma técnica especial para agir sobre o que dá sustentação a essas tarefas: o próprio território. O urbanismo é a tomada de posse do ambiente natural e humano pelo capitalismo que, ao desenvolver sua lógica de dominação absoluta, pode e deve agora refazer a totalidade do espaço como seu próprio cenário."
Guy Debord, A sociedade do espetáculo, p. 112
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Porto Alegre vai ganhar mais um shopping center. É isso aí, gurizada. Ao que parece, nós não estamos satisfeitos com o Iguatemi, com o Praia de Belas, o Rua da Praia Shopping, todos os Bourbons, o Moinhos e a puta que pariu. O capitalismo diz que a gente deve trabalhar exaustivamente para ganhar cada vez mais dinheiro e comprar cada vez mais, para que tenhamos que trabalhar compulsivamente para pagar as despesas e fazer novas aquisições que exigem o acúmulo cada vez maior de onças-pintadas, mico-leões-dourados, araras e, de tempos em tempos, uma gorda garoupa. Então, conseqüentemente, Porto Alegre precisa de mais um shopping. A campanha publicitária do Barra Shopping Sul já estreou na televisão, com uma inserção básica no intervalo do Fantástico, e possui um minuto de duração (pelo menos foi o tempo percebido por este que vos escreve) onde podemos depreender algumas coisas interessantes: vai ser um puta dum shopping, o maior do Estado; aparentemente, a pessoa precisa ser bonita para freqüentá-lo; dentro desta monstruosidade será possível fazer refeições olhando para o Guaíba; o modesto empreendimento será localizado ao lado da vila que fica perto do Jockey Clube de Porto Alegre (ou sobre ela, o que for mais vantajoso); serão quase duzentas lojas, mais uma dúzia de megalojas-âncora (que diabos de aberração seria uma megaloja-âncora?); apesar de o comercial já estar sendo veiculado, o tal do Barra Shopping Sul só será inaugurado no final de 2008 (dois mil e oito). Dentre estas informações, a que me deixa com a pulga mais gorda atrás da orelha é a que se refere à localização do Shopping. Construir um templo do supérfluo colado a um conjunto habitacional de pessoas muito desafortunadas é, ao meu ver, a maior falta de humanismo e respeito ao próximo (se é que estes vagos conceitos morais existem nesses tempos de mentalidade corporativista) desde o escândalo envolvendo a Daslu. Pelo menos façam de conta que se importam, e coloquem essa porra desse shopping em um lugarzinho habitado por pessoas que não carreguem consigo a vontade de explodir cada um destes antros de consumo do satanás (dica: longe da minha casa), sem esfregar a luxúria na cara da miséria e depois lamber os dedos. Fiquem sabendo que eu quase vomitei assistindo ao comercial de vocês e que eu espero que o Barra Shopping Sul fracasse miseravelmente. E, em tempo: vão tomar no cu.

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Um intolerante incomoda muita gente

Parafraseando a minha querida amiga Regina Duarte: eu tenho medo! Medo, não. Nojo! Asco por essa tal de Igreja Católia. E não só a Católica como também a Metodista, a Universal, as testemunhas de Jeová e o escambau. Sinto vergonha por esta chusma de pervertidos que domina as mentes de nossa população pobre de renda e de cultura. Se existisse um inferno, e se existissem o pecado e a punição, pastores, bispos, rabinos e outras variáveis episcopais seriam os primeiros da fila do castigo. E rezar um punhado de pai nossos e ave marias não chegaria perto de expurgar as atrocidades que cometeram em vida. A sociedade chegou a um ponto de cegueira em que eu não posso mais me calar e ser julgado intolerante por meter o dedo na ferida dourada da Igreja moderna. Simplesmente não existe certo e errado quando se trata de proibir o uso de camisinha em uma população que faz mais filhos do que escândalos políticos. Estes filhos, inevitavelmente, terminam caindo nas tentações do crime em um país de contrastes visíveis e grotescos. E o Papa vai estar refrescando a careca em sua Mercedes modificada e vestindo seu manto dourado enquanto nós damos tchauzinho para o avião papal e viramos as costas para o caos que se instala em nossos quintais. Que diabos esse senhor veio fazer aqui nestas terras, que eu mal pergunte? Condenar seitas (o Papa não gosta de concorrência?), o divórcio, desvios sexuais (seria a Igreja intolerante?), pregar a virgindade até o casamento (com certeza o senhor Bento XVI não sai muito de casa), aconselhar o povo a não usar a tal da camisinha (se Jesus não precisou de camisinha, quem somos nós para atestar o contrário? Agora, se o Espírito Santo tivesse transmitido uma gonorréia braba para a coitada da Maria, aí sim eu queria ver o que o Bentinho iria dizer)? Prometo que dedicarei o restante da minha humilde vida para acabar com esta palhaçada toda de Igreja e fanatismo. Talvez eu seja um pouco intolerante. Intolerante à podridão, perversão religiosa, fanatismos. Intolerante ao poder de manipulação dos fortes sobre os mais fracos. Mas não deveríamos todos ser intolerantes a tudo isso? Deixemos a intolerância sexual, racial e social apenas para as Igrejas, que de intolerância estão cheias. Vade Retro, Bento XVI!

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Em menos de sete meses, eu preciso...

...aprender a escrever, fingir gostar de publicidade, encontrar equilíbrio mental, destruir o professor de campanha dois, fazer aniversário, compor uma música, vender a alma para o diabo, eliminar o mau cheiro nas axilas, aceitar o fim do mundo, produzir uma monografia decente, perder a barriga, aprender a falar em público, controlar os gases, descobrir algum tipo de entorpecente legalizado, reivindicar pelo menos uma causa, trocar de TV, fingir que já é inverno, fazer doações, plantar cinco árvores para cada hora de ar condicionado ligado, encontrar a alma gêmea, arrebentar três fitinhas do Nosso Senhor do Bonfim, ir mais ao cinema, perder traumas de infância e aprender a mijar fora da casinha, morrer de raiva e de felicidade.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Bonita camisa, Fernandinho!

Se tem uma coisa que eu aprendi cursando Publicidade e Propaganda é que a propaganda não é a alma do negócio. A propaganda em si não possui alma. Não serve propósito algum. Chamá-la de arte é inflar de sentido uma técnica explícita de enganação ardilosa sem significação alguma. Ser publicitário é morrer um pouco por dentro toda vez que uma campanha tem o aval do cliente. Se for propaganda de cerveja, então, morre-se três vezes mais rápido. O engraçado é que os caras acabam se achando tão importantes que quando o povo se apropria de bordões do tipo ‘não é uma Brastemp’ eles acham que fizeram um grande serviço social. Quer dizer, se a marca passou a fazer parte de uma expressão popular ela deve morar no coração de cada um desses brasileiros, verdade? Dificilmente. A lavadora de roupas aqui de casa tem vida própria e passeia pela área de serviço de tempos em tempos, assombrando os vizinhos. É uma Brastemp. A lava-louças mal seca os pratos e deixa os talheres mais sujos do que quando eles entraram. Pode crer que é uma Brastemp. O freezer? Solta água a torto e a direito e entope o escoamento uma vez por ano. Brastemp de novo [sim, nós caímos direitinho]. Agora, quando aparece a propaganda engraçadinha da mulher que tá pegando o personal trainer, ou da imbecil escabelada do pastel de vento, é pra rir ou é pra chorar? E quando aquela criança pervertida pede pra fazer cocô na casa do Pedrinho, porque lá ele pode espraiar um Gleid e acabar com o cheiro da própria merda, é pra achar engraçadinho ou é pra se envergonhar de estar cursando Publicidade? Porque eu entendo que o cliente chegou, passou o briefing, a criação quebrou a cabeça para chegar a essa solução maravilhosa, que passou a bomba pra produção, que teve que encontrar o menininho cagão homossexual, que passou a batata assando pro mídia, que teve a brilhante idéia de veicular essa pouca vergonha no horário do meu almoço, e a coisa ficou por isso mesmo. Mas será que a sociedade precisa da propaganda? A situação já não está difícil o bastante pra maioria? Então, pensem bem antes de se emocionarem com a menininha vesga que espera pelo irmãozinho enquanto a Adriana Calcanhoto enche os nossos ouvidos, ou com as criancinhas deficientes físicas que dizem ‘oi’ no final de cada propaganda de celular, uma pior do que a outra. Este é o meu conselho. Não é lá uma Brastemp, mas espero que sirva pra alguma coisa.

domingo, 11 de fevereiro de 2007

É fantastico! Plim.

Quando se pensava que o Fantástico havia atingido o ápice da escala do mau gosto dominical, eis que surgem, de repente, na tela da minha televisão, Zeca Camargo e Glória Maria, eu com fones de ouvido, prestando atenção na seriedade que ambos estampavam nos seus medonhos semblantes. De imediato afastei os fones, aumentei o som da TV e me preparei para o pior. Entra Fátima Bernardes, chapinha japonesa no cabelo, terninho enxuto impecavelmente liso, expressão de pesar no rosto. Começo a sentir cheiro de menininho arrastado por três bairros no Rio de Janeiro e já sinto repulsa. Meus temores se confirmam, e a querida Fátima, ela própria tendo expelido trigêmeos há um punhado de anos, convida os pais do menino a sentarem-se no sofá. O que segue são mais de cinco minutos do mais puro e repugnante jornalismo sádico, que mais pareceram 20 minutos ou meia hora, enquanto assistíamos [eu e a população brasileira] à Sra. Bonner iniciar a entrevista com aquela perguntinha básica: Você consegue lembrar exatamente como tudo ocorreu? Conte os detalhes para nós. Criancinha arrastada pra cá, criancinha arrastada pra lá, e aquilo tudo acaba nos levando ao clímax desta reportagem exclusiva: uma espécie de ‘violência no Brasil para leigos’ em menos de 1 minuto. Cruel.
As vezes eu penso em mandar estuprar a mãe de alguns repórteres, ir atrás com uma câmera e registrar tudo em vídeo, depois passar as imagens na primeira reportagem do Jornal Nacional, pra ver se é divertido estar do outro lado. Ou então mandar matar o filho deles, capturar as imagens do momento em que morreu, do velório e do enterro e fazer um compacto a ser anunciado com pesar pela Glória e pelo Zequinha nos primeiros minutos do Fantástico, só pra ver se eles gostam. E não me venham com esse papinho de apelo aos políticos ou qualquer outro tipo de baboseira da grossa. Não adiantou com a menina que morreu no primeiro dia em que andou de metrô sozinha, não adiantou com a família que morreu carbonizada dentro do próprio carro, também não adiantou quando o casal Bonner teve sua casa invadida por bandidos, e não vai adiantar enquanto a imprensa brasileira continuar enxergando a dor dos outros como um par de pontos a mais no IBOPE e, pior de tudo, saindo por cima como a heroína da história toda.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Pedro Bial de chinelo e os tripulantes da nave Big Brother


Começou o Big Brother Brasil 7, que na verdade deveria se chamar Big Brother Brasil Classes A1-A2, pois o caminho que a Globo resolveu trilhar nesta edição foi o do culto à beleza comprada e aos cérebros embalados à vácuo, apenas, eliminando qualquer resquício de chance que a Mariazinha-semi-analfabeta e o Joãozinho-meio-salário-mínimo tinham de participar do programa. Ao superlotar a casa do BBB com ex-dançarinas do Gugu, acompanhantes masculinos do catálogo da Globo, e a eventual atriz de pegadinhas do João Kleber, a emissora chutou o pau da barraca e decidiu assumir a verdadeira sacada do programa, desde o começo: corpos bonitos vendem. E, convenhamos, quem nunca sentiu um refluxo ao se deparar com a Cida de biquíni depois do jantar? Ou correu pro banheiro e enfiou o dedo na garganta depois de ver a Léa escarafunchando seus órgãos genitais debaixo do chuveiro ao ar livre?
Mas daí a eliminar o sistema de seleção por cartas existe um grande e cabeludo porém. Maldade pura. E para desviar a atenção desta mudança ínfima no script, parece que os diretores decidiram radicalizar ao desqüalificar dois participantes, eu disse DOIS ENERGÚMENOS, antes mesmo do começo do jogo e ao enviar dois casais para o primeiro paredão, eu disse QUATRO ACÉFALOS COMPLETOS NO PRIMEIRO PAREDÃO. Como diria o nosso querido amigo Dhomini: Big Brother é programa de utilidade pública! Injustiça social aqui, injustiça social lá. Milhões de idiotas assistindo daqui, uma dúzia de delinqüentes se exibindo de lá. Dhomini é filosofia pura.