segunda-feira, 25 de junho de 2007

Três coisas que você podia dormir sem saber

Outro dia eu cheguei na FAMECOS e estavam tocando "Declare Independence", do novo CD da Björk, uma escolha no mínimo horrenda para uma rádio de saguão.
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Pessoas que dizem "eu sei tudo de inglês" na verdade são um cocô em português e têm pau pequeno.
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Outro dia eu assisti a um filme chamado "A menina e o estuprador", que muito me assustou, e que me fez sentir saudades de "Oh! Rebuceteio".

aS publisidade eh cutlura!!1

Eu agradeço à publicidade por aprender diariamente coisas que, de outra forma, eu passaria por esta vida sem descobrir. Por exemplo, eu descobri que gato tem etapa e estilo de vida, e que se o dono não comprar o Cat Chow correto, ele corre o risco de perder os órgãos genitais em um acesso de fúria de seu felino mascote. Descobri também que é óóóbvio que não existe nada mais desconfortável do que secura vaginal neste mundo. E cá pra nós: quem não odeia ter que fazer aquela corridinha matinal com a vagina seca feito uma lixa? Outra coisa importante que eu aprendi foi que se eu deixar as minhas havaianas viradas pra baixo na beira da praia, uma mulher muito gostosa e fácil vai aparecer e se oferecer para fazer sexo dentro d'água comigo. Também descobri que, se tudo der errado na minha carreira profissional, eu posso virar redator do comercial da Avon com a Ana Paula Arósio, aquele onde ela está toda maquiada com cores surpreendentes, de tons contrastantes e toques aveludados, que dão um visual energizante e estimulante. Quanta coisa eu não já aprendi com a publicidade? Bastante coisa, eu digo. Bastantes coisas.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Dê uêi fins ár

Quantos publicitários desavantajados intelectualmente são necessários para criar slogans ultrajantes como "as coisas como são" e "é o que é"? Resposta: nenhum. Na verdade essa pergunta foi um pega-ratão, porque todo mundo sabe que ninguém precisa de publicitários. E digo mais: se todo o quadro de funcionários de todas as agências de publicidade do mundo fosse substituído por uma dúzia de chimpanzés sem treinamento profissional, dou palavra minha de que saía coisa melhor. "Sprite. As coisas como são". Nossa, poético o negócio! Imagino como foi o brainstorm dessa aberração de campanha imbecil:
publicitário acéfalo n.1: O negócio é o seguinte, pessoal: eu vou passar esse saquinho com várias palavras desconexas e aleatórias, então cada um de vocês vai enfiar a mão dentro desse saquinho e dizer em voz alta a palavra que pegou de dentro do saquinho.
publicitário acéfalo n.2: Primeiro eu! Primeiro eu! Eba, peguei um "as"
publicitário acéfalo n.3: Eu peguei "coisas"
publicitário acéfalo n.4: E eu tenho aqui um..."como"
publicitário acéfalo n.5: "São"
publicitário acéfalo n.1: Beleza. Então fechamos em "as coisas como são". O que vocês acham? Se não gostaram eu passo o saquinho mais uma vez.
publicitários acéfalos de 1 a 5, em uníssono: Não, ficou bom assim. Agora vamos fazer a do Guaraná Antártica.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Minha primeira síncope

O Washington Olivetto disse que o primeiro sutiã (ou era Valisére?) a gente nunca esquece. Mas como eu não carrego um par de seios saltitantes em meu tórax, resta a mim nunca esquecer do meu primeiro desfalecimento, que ocorreu, sem muitas expectativas, na noite de hoje. Este pobre vivente levantou da cama para retirar um livro da estante, porém calculou errado o tempo do trajeto entre seu leito e sua gigantesca biblioteca particular e acabou vendo tudo preto antes de poder gritar por socorro. Seu pai, que ouviu o barulho da queda, pensou ter ouvido apenas a porta do banheiro sendo fechada com violência sobrehumana ou o costumeiro deixar cair de uma tonelada de livros sobre um inocente monografista, e não deu por conta de que este que vos fala jazia estatelado em seu humilde habitat. Eis que o recente desmaiado volta da quase-morte e pensa ter retornado de uma viagem astral psicodélica, soergue-se e tenta relatar o ocorrido ao seu distraído pai, que sugere que ele sente na cama enquanto pede desesperadamente pelo medidor de pressão, que termina por revelar a temível combinação de sístole e diástole de 15 por 10, o suficiente para podermos considerá-lo, praticamente, defunto naquele momento tão especial de sua vida. Então o pobre menino sente a euforia característica dos novos desmaiados, acompanhado da vontade de contar a tudo e a todos sobre o seu cóccix fraturado, sua possível contusão cerebral e seus momentos de experiência extra-corpórea, tarefa a qual, com relativo sucesso, ele acaba de cumprir.