segunda-feira, 30 de julho de 2007

Três coisas que perderam a razão de ser, ou nunca tiveram uma

Anúncios de "desligue seu celular ou pager" em cinemas e teatros:
"Desligue o seu celular" é necessário, porque, infelizmente, ainda tem idiota pra tudo nesse mundo pervertido. Mas pager já é demais. Pelo amor de Deus. Quem é que usa pager a esta altura do século XXI? 85% da população mundial, se questionada, nem saberia responder o que é um pager. Aliás, quem inventou esse tal de pager deveria ter sido enterrado vivo, junto com o cara que inventou o patinete elétrico e o delinqüente mental do Dinho Ouro Preto.
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Saquinhos de vômito no avião:
Alguém aqui já vomitou dentro de um avião? É o que eu pensava. Vomitar por causa de um avião é tão ou mais ridículo do que rir de um quadro do Zorra Total ou chorar ouvindo Chitãozinho e Xororó. Daqui a pouco os caras tão colocando saquinho de vômito dentro do elevador, no cinema, na escada rolante... E vomitar dentro de um saco? Cá pra nós. Alguém já tentou vomitar dentro de um saco alguma vez? Não é nada fácil, quando tem grão de arroz saindo pelo nariz e casca de milho saindo pela orelha. Nada fácil, eu digo.
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Papel higiênico de folha simples:
Sabe quando o chamado da mãe natureza foi atendido com sucesso e o pobre vivente se prepara para higienizar a região do corpo onde o sol não chega, olha pro lado e se depara com aquele ameaçador rolo de papel higiênico cuja economia de papel causará a sua ruína sanitária? Convenhamos que é sofrível. E também convenhamos que é preciso o dobro ou o triplo de camadas de papel para completar a tarefa. Então eu pergunto: pra que isso, meu Deus? Pra quê?

sábado, 28 de julho de 2007

Serviço de utilidade musical

Pra quem gosta de Devendra Banhart e de Los Hermanos (ou mais especificamente Rodrigo Amarante) aí vai o link para duas novas canções do Smokey Rolls Down Thunder Canyon, novo disco do Devendra, com lançamento marcado pra setembro, e que tem participação especial do Amarante. Pra quem não conhece (um ou outro), acho que tá mais do que na hora de conhecer: http://www.myspace.com/devendrabanhart
Parece que o tracklist revelado no mês passado era só pra tirar um sarro mesmo. Entretanto, no lugar de Hubba Hubba Planet, Koala Mans Return to Pineapple temple e Rich Gals Shampoo n' Conditioner Blues agora teremos que nos contentar com Samba Vexillographica e Tonada Yanomaminista. No link, dá pra conferir esta última e mais um dueto com o Rodrigo Amarante, chamado Rosa.
Smokey Rolls Down Thunder Canyon possui 16 faixas da mais pura piração hippie-folk-rock e chega às lojas americanas no dia 23 de setembro. No Brasil só chega no dia em que a Xuxa voltar a fazer filme pornô.

terça-feira, 17 de julho de 2007

Boletim do Pan (1)

Por enquanto, as minhas férias têm se resumido a dormir até o meio-dia, comer feito um filhote de baleia orca, sambar e cantar ouvindo "Estudando o pagode", jogar tênis e boliche no Wii e assistir às competições de ginástica artística do Pan. Não que eu esteja reclamando. Eu aprendi, por exemplo, que o flip lateral arqueado vale mais do que o mortal cortado para trás e que os americanos não são pessoas de verdade. Fiquei morrendo de pena da Jade que, quando consegue parar em pé na trave o povo já sai batendo palma enlouquecido, com o coração na mão, pensando "não vai cair de novo, sua mongolona". Makhtub. Fiquei com pena também do Jesus (que, felizmente, não é brasileiro), já que ninguém contou pra ele que o certo não é aterrissar de bunda depois de saltar sobre o cavalo, e sim de pé. Os americanos, que obviamente compraram os jurados, já ganharam mais medalhas de ouro do que nós brasileiros ganhamos medalhas de todos os tipos. Tudo culpa da Jade, que passa mais tempo caminhando em volta da trave do que sobre ela (pelo menos ela levou ouro no salto sobre o cavalo). E da Daiane, que simulou uma torsão no tornozelo porque se peidou pras gringas, que são controladas por computador. Os nadadores tentaram salvar a pátria hoje de manhã, ganhando não uma, mas duas medalhas de ouro (no 400 medley e no 4x200 livre). E ainda bateram o recorde pan-americano de revezamento. Graças, em parte, ao Thiago Pereira. E parece que o Diego Hypólito está conquistando mais uma medalha de ouro pro Brasil no momento em que escrevo. Com certeza, é um bom dia para o Brasil no Pan. Viva.

domingo, 15 de julho de 2007

Minhas férias no cinema (Parte 1 de 1)

Pai e filho (Aleksandr Sokurov, 2003):
Sabe aquele tipo de sessão em que tu entra e pensa: putz, vão cancelar essa merda por falta de público? Era destas. Após uma série angustiante de problemas com o áudio e um inusitado telefonema atendido, para minha surpresa, durante a exibição, deixei a sala somente meio satisfeito com este filme do Sokurov. A sinopse do Arteplex, e metade da população mundial, acusa um certo grau de homoerotismo na relação entre o tal pai e o tal filho, mas, sinceramente, eu acho que eles não entenderam nada do filme. O começo sugere uma putaria generalizada, mas, quem conseguiu ficar até o fim, e possui os dois hemisférios cerebrais interligados, vai entender o porquê de tão dissonante cena. Recomendo pra quem tiver bastante paciência cinematográfica e muito tempo livre.
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Baixio das bestas (Cláudio Assis, 2007):
Uma homenagem ao cinema pornô disfarçada de reivindicação dos direitos da mulher na sociedade atual. Tipo, putaria total, entende? Não é tão ruim quanto alguns críticos possam tentar te fazer crer, nem tão bom quanto o diretor pretendia que fosse. O que eu entendi do filme? A vida no sertão nordestino é uma prostituição, em todos os sentidos e níveis de interpretação; o Caio Blat adora esfregar o tico na frente das câmeras; enquanto o avô da guria ("ela é filha do avô?") fica bolinando ela, e a plantação de cana pega fogo, o resto é tudo carnaval; homenagens sutis ao cinema, do tipo 'inserir um trecho explícito de Oh! Rebuceteio no meio do filme', ou a cena em que o Matheus Nachtergaele tira a roupa e sai gritando "pega a manteiga que hoje eu quero comer cu", me trouxeram lágrimas aos olhos; a mulher como objeto, o que fica evidente nas três cenas de estupro, onde o diretor faz questão de mostrar as mulheres violentadas fragilizadas e inertes perante o violentador. Teve gente que saiu da sala e nunca mais voltou...
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Ratatouille (Brad Bird, 2007):
Quem gosta de Shrek que me perdoe, mas a Pixar não tem concorrentes no mundo da animação digital. Simplesmente não tem, e não adianta insistir. Com eles não tem essa de "até que os trouxas parem de achar graça na cara de tacho desse gato de botas e das piadas gastas desse burro imbecil, a gente continua lançando um Shrek por ano, combinado?". A Pixar tem estilo e, o mais importante, histórias para contar. Mas o que mais me deixa orgulhoso é que eles não precisam colocar uma piada infame em cada cena pra agradar o público: tomam o tempo que for necessário para construir seus personagens e transitar confortavelmente pelo ir e vir da história. Ratatouille é muito especial pra mim porque trata de duas de minhas coisas favoritas: comida e ratos. Colocar como protagonista um rato que cozinha, então, é covardia. Pra quem quiser aprender como se faz uma animação de qualidade, recomendo. Para os que se divertiram assistindo "Deu a louca na Chapeuzinho Vermelho", recomendo distância.
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Paris, te amo (vários, 2006):
A idéia de juntar uma dúzia de diretores de países diferentes para falar sobre amor em Paris pode parecer tentadora, mas quando eu saí da sala do cinema ontem, só conseguia pensar duas coisas: "aquela era a Feist cantando durante os créditos?" e "esse filme foi realmente necessário?". Cada diretor ganhou uns cinco minutos para mostrar a sua versão de uma história de amor em Paris, o que significa que alguns segmentos são interessantes, outros são vergonhosos e outros ainda são terríveis. Com tantos finais felizes/infelizes juntos, parece que o filme tem doze horas de duração, e não meras duas horas. Quem quiser parecer cool durante uma conversa informal, que assista. Mas no fundo eu sei que ninguém gostou dessa aberração fílmica. Cá pra nós, Elijah Wood fazendo cara de Frodo Bolseiro (isso mesmo, aquela cara de quem tá levando por trás) enquanto é penetrado por uma vampira no meio de um filme até aquele momento normal, nem de graça. E o infeliz que escolheu deixar a história da gorda carteira pro final deveria ser demitido do cargo de editor ou de ser humano como um todo.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Cantoras x Profissionais do sexo

O que acontece com essas novas-prostitutas que ficam cantando ali na MTV? Aquela que ficava dizendo que "eu sou igual a um passarinho" e "eu quero voar pra bem longe" bla bla bla: puta. A outra que deve ter sofrido tanto com o martírio tormento d'amore que resolveu virar: puta. Até mesmo a velha jével mãos-pequenas: putchanga! E a tal da Beyoncé piorada, que dança feito um orangotango com prurido anal, esqueceu onde fica o Brasil e ficou loira pra gringo ver: biscate com diploma e duplo twist carpado! Só falta agora a Sandy gravar um videoclipe pagando boquete pra Família Lima para eu desistir de vez de entender aonde essa putaria toda vai chegar. Pelo menos a Bruna Surfistinha escreve livros...