sexta-feira, 14 de março de 2008

Sobre tremas e ditongos abertos.

É, pessoal. Cagüete caiu. Seqüelado caiu. Quinqüenio caiu. Seqüestro caiu. Lingüiça caiu. Björk caiu. O trema morreu. E vão enfiar k, y e w no nosso alfabeto, para que os Waldisneys, Maycons e Keylannes desse meu Brasil não se sintam mais marginalizados ainda. Além disso, não se diferencia mais graficamente o pára do para, sendo que Pará continua acentuado até que se prove o contrário. E aqueles alunos das legendárias redações do Enem vão poder dormir sossegados, porque vêem, crêem, lêem e qualquer outro verbo ou palavra onde haja repetição de vogais não precisam - ou não podem - ser mais acentuados. Em outras palavras, preencher cheques e escrever redações para o vestibular acabam de se tornar tarefas muito mais agradáveis.
[/notícia velha]

sexta-feira, 7 de março de 2008

Campanha 'Contratem novos redatores para o Terra TV'

Porque quando eu leio a chamada 'Crianças comem bolo envenenado; assista!', eu sinto mais medo do que a Regina Duarte em época de eleição.


terça-feira, 4 de março de 2008

Viva o lado Coca-Cola da puta que o pariu!

Quando eu entrei na faculdade, meus familiares e amigos diziam coisas como 'vê se tu faz alguma coisa pra poupar a gente de tanta propaganda ridícula' e 'esse curso tem tudo a ver contigo'. Agora que eu saí da faculdade, eu vejo que a publicidade não tem salvação e, o pior de tudo: as pessoas realmente gostam dela, o que me dá vontade de enfiar um canivete na orelha e extrair pelo ânus de tanta raiva. Mas, digressões à parte, alguns tipos de publicidade se destacam dos demais por serem tão arcaicos e intelectualmente ofensivos que eu fico me perguntando se alguma pesquisa de mercado mostrou que eles são, de fato, eficientes.
Encabeçando o top 3 da publicidade degradante temos o falso testemunho, do tipo 'o meu dentista só usa esse creme dental, é incrível, ele acaba com 12 tipos de perebas bucais que não existiam até o século passado, só que ele pediu pra não mostrarem o CRO dele no comercial, porque na verdade ele não existe e foi criado pelo redator dessa bosta de campanha que viajou no tempo diretamente da década de 40'. Ou pior ainda quando colocam a Malu Mader pra falar de beleza feminina e recomendar produtos de asseio vaginal e etc quando ela mesma vem travando uma batalha pessoal contra sua monstruosa monocelha que já dura mais de vinte anos.
Logo em seguida temos o nonsense publicitário por falta de criatividade, que se divide em inúmeras subcategorias, como o escatológico e o acompanhado de prostituição infantil. Nesta categoria enquadram-se o 'quero cagar na casa do Pedrinho e jogar Gleid em cima pra tirar o fedor miserável da minha própria merda', todas as campanhas de cerveja - que, impossibilitadas de se calcarem em vantagens e benefícios do produto, afundam cada vez mais na bosta lamacenta dos clichês estereotípicos do homem desprovido de cérebro e da mulher biscate de botequim - e coisas como pessoas escorregando em escadarias utilizando caiaques ou slogans muito bons para serem reconhecidos em sua própria época, como o do Guaraná Antártica, que é o que é, e o da Pepsi - que, muito inteligentemente, enterrou o dadadadada a sete palmos.
Em último lugar, mas não menos insuportáveis, encontram-se as campanhas fantásticas de mistificação enganosa do produto, como aquela que dá nome a esse post, por exemplo. Quer dizer que, dentro da máquina de Coca-Cola, habitam uma inifinidade de seres hermafroditas que produzem aquele líquido cancerígeno e perigosamente viciante em meio a orgias alienígenas e paradas de júbilo à garrafa mais famosa do planeta Terra? Será que, em algum lugar do mundo, um CEO está querendo esconder o fato de que os nossos filhos vão nascer com as orelhas grudadas nas costas e com o pênis cravado no meio da testa devido a ingestão dessa meleca preta gaseificada? Hm, interessante. E o tal do McDonald's, que agora está querendo se posicionar como concorrente direto da Substância Light?! Gerações de crianças cresceram com o 'dois hambúrgueres alface queijo molho especial cebola picles num pão com gergelim é big mac plim' na ponta da língua, e agora os caras vendem maçã criada em laboratório e suco de laranja com gominhos artificiais de plástico pra tentar encobrir o estrago, mostrando sempre em sua publicidade crianças pervertidas que dão em cima de adultos e terminam com cara de trouxa para a câmera.
Passamos por um momento triste na publicidade. Tão triste que faz o filme do Casseta e Planeta parecer divertido. Faz a Ana Maria Braga falando com o bonequinho do Carrefour parecer aceitável. Faz eu ter vontade de recomeçar a minha vida como fiel da Igreja Universal do Reino de Deus. É, o curso não tinha nada a ver comigo, afinal de contas.