quarta-feira, 30 de abril de 2008

A Associação Brasileira de Agências de Publicidade tem o orgulho de apresentar...

...O pior anúncio de cerveja de toda a história dos anúncios de cerveja (considerando-se, hipoteticamente, que é possível escolher apenas um), escrito (provavelmente) por um funcionário da Ambev diagnosticado com morte cerebral. Eu não estou brincando: esse anúncio foi e continua sendo veiculado em jornais e revistas de qualidade duvidosa do Brasil a pedido da ABAP. É sério. Muito sério. Leiam com atenção (mas não muita):

Querem proibir a publicidade de cervejas no Brasil.

É o mesmo que proibirem a fabricação de abridores de garrafas no Brasil.

Nem a propaganda, nem o abridor são a motivação para irresponsáveis dirigirem embriagados.

A propaganda ou o abridor não são os culpados pela venda criminosa de bebidas alcoólicas a menores.

Abridores e a propaganda não são incentivadores dos covardes que praticam a violência doméstica.

Essas são questões que só a educação, a democratização da informação e o rigor no cumprimento das leis podem resolver.

Por isso, proibir a publicidade de cervejas não vai mudar em nada esse quadro.

A não ser tirar de você o direito de gostar ou não gostar desta ou daquela publicidade.

De se informar e de formar a sua opinião.

Um direito tão sagrado, quanto o que você tem de comprar ou não um abridor de garrafas.

E decidir o que fazer com ele.

E depois de regurgitar violentamente, leiam isso.

Após ter assistido a menininhas sendo jogadas janela afora, ter visto a terra tremer em São Paulo, ter visto um padreco alçar vôo utilizando balões de festa infantil e ter sentido muita pena do Ronaldo Gordo por ele ter traçado três travestis barangas, tenho motivos suficientes para crer que estamos nos aproximando do apocalipse, meus amigos. Aquele abraço!

terça-feira, 22 de abril de 2008

Coisas que eu aprendi assistindo à entrevista com Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá

- O advérbio 'sempre' pode também ser utilizado no plural, quando precedido de 'nós' ou 'eles', como no caso de 'nós sempres fomos uma família feliz' e 'elas sempres se deram bem como se fossem mãe e filha'. Utiliza-se também a forma coloquial pluralizada 'nozes sempres', mas apenas em casos muito específicos, como, por exemplo, uma entrevista para o Fantástico.

- Nota mental: se algum dia a minha amante estrangular a minha filha e eu for obrigado a jogar a criança pela janela, é sempre bom lembrar de tirar as Havaianas antes de subir na cama e cortar a rede de proteção.

- 'As pessoas ficavam jogando areia em cima dela' foi a descrição mais tocante e singela de um enterro de que se tem notícia em tempos recentes.

- Em seu novo apartamento, Alexandre e Ana Carolina ainda não haviam tido a oportunidade de se pegar no tapa de forma selvagem, coisa que ocorria com frequência no apartamento antigo. Entretanto, peritos afirmam que uma possível briga inaugural e o arremeso de Isabella podem estar relacionados de alguma forma.

- Se a Suzane Von Richthofen fosse filha do Alexandre Nardoni e da Ana Carolina Jatobá, quem iria sobrar pra dar entrevista pro Fantástico?

- Não entendi a parte em que o Alexandre prometeu sobre o caixão da filha que iria encontrar o desgraçado que a colocou dentro do ataúde e o fazer pagar por isso. Sem amor pela vida, total.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Sinopses reais da Sessão da Tarde (1)

Enchente: Quem Salvará Nossos Filhos?
Um grupo de jovens evangélicos estão num acampamento, raio de luz. Uma poderosa correnteza faz o grupo se separar. Muitos não tem forças para tanto!!! Enquanto as crianças tentam sobreviver, as famílias vivem o desespero da dor!!!

Obs: SIC!!!

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Beijo na boca é coisa do passado...

...a moda agora é, é jogar os filhos pela janela. Claro que não é novidade pra ninguém que hoje em dia tá chovendo criança de norte a sul do Brasil, e o caso Isabella é mais um desses em que o jornalismo da Globo (de novo ele!), mais especificamente o Jornal Hoje de 04/04, sai na dianteira para garantir que o seu almoço não será digerido da forma correta e que você terá pesadelos envolvendo criancinhas sendo arremessadas por janelas e aterrissando bem na sua cabeça.
Quando eu pensava que já tinha visto de tudo, e que já havia me tornado imune à perversão sado-jornalística da emissora do tio Roberto, me aparece uma reportagem em que um psicanalista de competência profissional duvidosa vai às ruas de São Paulo para perguntar o quão chocadas as pessoas ficaram ao ouvir a notícia, posteriormente tentando explicar por que o fato de uma menina inocente e azarada que foi lançada através da rede de proteção do quarto dos irmãos já em processo de óbito provocou tanta comoção pelo país afora na última semana. Faz-me rir. Teve até gente dizendo que tem medo que isso aconteça com a própria família em um futuro próximo (?). Sandra Annenberg: menos um ponto pra ti.
A reportagem - de fazer inveja à produção do programa da Márcia Goldschmidt - pode e deve ser conferida neste link que está sendo repetido incessantemente durante o post. Ou aqui embaixo mesmo, agora que eu descobri como se faz (mais ou menos, como deu pra perceber).


Deixa de ser dengosa, Fátima Bernardes!

Enquanto o casal de jornalistas mais frígido deste lado do Atlântico segue com a sua série de reportagens sobre dengue envolvendo trilha sonora de filme de terror B e montagens sensacionalistas sobre as milhares de crianças inocentes que estão perdendo suas vidas por causa do maldito do aedes aegypti, o povo continua levantando questões importantes e espalhando informações de validade científica nula pelo país afora. Muitas dessas dúvidas nunca serão esclarecidas, pois Fátima e William estão choramingando atrás da bancada ao invés de tratar o tema com a seriedade e profissionalismo que ele exige. Pensando nisso, eu compilei abaixo algumas frases que eu ouvi por essas semanas, a fim de ilustrar o alto nível de desinformação perpetuado pelo casal Bonner e cia.:

"O mosquito da dengue só pica até à altura do joelho".
"Cuidado pra não tocar na água parada senão tu vai pegar dengue!!111".
"Tá com surto de dengue em Porto Alegre, minha gente!!!".
"O Luciano Huck pegou dengue da Grazi Massafera e foi se tratar numa ilha particular em Angra dos Reis. Deu no SuperPop!".
"Se eu usar calça o dia inteiro, dedetizar meus filhos com Off Kids! e comprar uma raquete elétrica, a minha família está livre da dengue?"
"Tem mosquito normal por aí se fazendo passar por aedes aegypti só pra confundir o povo. Não pode".
"Eu bebi o filhote do mosquito da dengue por engano. Quais são as chances de eu contrair a doença?"
"O César Maia tava falando sério naquela entrevista pro Jornal Nacional ou ele contraiu dengue e um dos sintomas é a regurgitação verbal?"

terça-feira, 1 de abril de 2008

Como se tornar uma pessoa sociável em cinco passos

1) Cumprimentar estranhos na rua, desde o mendigo que se finge de manco depois do meio-dia na Mariante até a equipe de limpeza da sala de cinema mais furreca da cidade. Fazer sinal de legal pro delinquente do motorista de ônibus que tá te pedindo passagem e abraçar e beijar todos os convidados de uma festa de gente chata e estranha também tá valendo. Simpatia é essencial.

2) Participar ativamente em pequenas conversações do dia-a-dia, mesmo que para isso você precise abdicar da sua política interna de bom senso. Experimente inserir em uma conversa constatações do tipo óbvio ululante, como 'que calor é esse, hein?' (muito útil em momentos de silêncio constrangedor no elevador); ou então algum tipo de comentário político genérico, como 'esse Lula é um lesado com nove dedos que só viaja' ou 'americano é tudo filho da puta', hits garantidos, principalmente na região sul.

3) Concordar, fingir interesse e completar diálogos incrivelmente entediantes. Quando aquela véia chata e reumática senta do teu lado e começa a conversar sobre a crise de hemorróidas aguda que a mãe do cunhado da namorada do filho vem sofrendo sem poder sentar por cinco meses, ou sobre o cisto sebáceo no testículo esquerdo do marido dela, que dificulta a penetração, só te resta imaginar um lugar feliz, concordar com a cabeça e, de vez em quando, completar uma frase ou outra dela, utilizando a técnica sanduíche-iche da repetição uníssona com delay, ou seja, assim que a pessoa estiver prestes a terminar uma palavra-chave que tu sabe como termina, tu vai lá e tenta completar mais rápido do que ela, agregando valor à conversa e fazendo a outra pessoa pensar que tu realmente tá interessado.

4) Tornar-se uma fonte inesgotável de mentiras brancas, muito úteis na conquista de novas amizades e novos relacionamentos amorosos. Por exemplo, quando a pessoa chega pra ti e pergunta 'tu gosta de Babado Novo?', primeiro tu respira fundo, resiste à tentação, e depois responde 'putz, adoro Babado Novo, tenho todos os CDs, tu tem que ir lá em casa ouvir' ainda tendo a opção de acrescentar 'e digo mais: Extravasa é um clássico da música popular brasileira desse início de século'. No começo pode parecer difícil, mas depois a coisa ocorre meio que automaticamente e tu já vai logo dizendo 'nossa, Casseta e Planeta é bom demais! Realmente, o Bussunda deixou um vazio no meio humorístico brasileiro e no meu coração também' ou então 'caaara, O Albergue é um filmaço! As atuações foram ótimas e aquela cena em que o cara corta o olho da japa fora foi muito convincente'. Não tem como errar.

5) Passar menos tempo na frente do computador, vendo putaria e lendo blogs chatos. Experimente começar agora.