domingo, 30 de dezembro de 2007

Cinco coisas que me irritaram em 2007 (Não necessariamente nessa mesma ordem)

1) Banalização do 'Vai tomar no cu'
Tudo ia bem no mundo dos palavrões de leve intensidade, até que um dia chega uma atriz fracassada de terceira idade e coloca 'sem querer' um vídeo no iuiutubiu e toma o Brasil de assalto. Não demorou uma semana para que o país inteiro estivesse assobiando a melodia pegajosa e se aproveitando da oportunidade dourada para mandar os outros tomarem bem no meio do olho do cu - carinhosamente, é claro. Ringtone vem, cover da Eliana vai, e o vai tomar no cu acabou ganhando até prêmio no VMB, após ter sido considerado 'maravilhoso' por Jô Soares e outras aberrações do meio artístico. Me irritou muito, e qualquer um que ameace apenas cantarolar essa coisa perto de mim leva logo um 'vai te foder, seu filho da puta', muito mais eficaz e satisfatório, embora não musicado (ainda).

2) Fone de ouvido sem fio para celular
Tudo bem, não é novidade, eu sei disso. Mas me irritou em 2007, e esse é o nome da lista. Na minha concepção, simplesmente não é normal ver uma manada de molóides que parecem ter saído de um episódio ruim de Emmanuele - A Rainha das Galáxias transitando livremente pelas ruas, falando sozinhos e achando que são parte da revolução digital. Mal sabem eles que são motivo de chacota para as outras pessoas - como eu, por exemplo - que não conseguem entender como é que um indivíduo atarracha aquele vibrador portátil na orelha e sai falando e gesticulando como se aquilo fosse normal e aceitável. As vezes eu tenho que pensar duas vezes antes de responder prum imbecil desses que vem na minha direção, e isso é humilhante para ambos. Pessoal: fone de ouvido sem fio para celular não pegou. Não adianta insistir.

3) Overdose de Ivete Sangalo
Quem quer que seja a pessoa que aconselhou a Ivete Sangalo a cortar franja - ou colocar uma peruca com franja - deve estar rindo à toa nesse momento. Porque ela ficou ridícula. Se já parecia macho, agora parece um traveco em fase de decadência profissional. Mas isso não vem ao caso, porque o que me irritou em 2007 não foi só a franja masculinizadora da Ivetinha: foi o número de vezes em que eu liguei a televisão e tive que ouvir um dos jingles medíocres vociferados pela madrinha do Babado Novo e outras ervas daninhas da música brasileira. É cerveja, é chinelo de borracha, é tintura de cabelo... O número de aparições da pequena mulher macho é de fazer inveja até ao Ronaldinho Gaúcho, que foi pra geladeira publicitária há alguns meses mas promete voltar com tudo em 2008. Haja saco.

4) Os (vários) shows de despedida de Sandy e Júnior
Ah, o último show da Sandy e do Júnior. Que momento marcante para a história da MPB, que ruptura tão grave na carreira dos irmãos incestuosos mais queridos do Brasil. Mas quantos shows de despedida são necessários para dar adeus a um público em prantos? Seguindo a estratégia mercadológica de Harry Potter, Barbara Streisand e Glória Maria, Sandy e seu backing vocal estão se despedindo mensalmente, lançando coletâneas de maiores sucessos, DVDs acústicos, bonecos infláveis, e, conseqüentemente, higienizando as suas partes íntimas com notas de US$100 e leite materno da Zilu. Para desespero de seu irmão, Sandy ameaça fazer carreira-solo, como se ela não estivesse seguindo carreira-solo desde os tempos da pornográfica 'Abre a porta, Mariquinha!', canção-tema dos pedófilos desse meu Brasil... E cá pra nós, se eu fosse o Júnior, eu também estaria desesperado.

5) Dança do siri
Auto-explicativo. Se você tem amor a Jesus Cristo, aconselho que não mencione ou simule a coreografia desta piada sem graça perto de mim, senão eu pinço a sua genitália e dou um novo significado pra essa putaria toda. Falando sério.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Se eu abraçar uma árvore, posso cortar outras duas fora? Por favor!

Publicidade é realmente coisa mais linda de Deus. Os caras conseguem fazer até CO2 engarrafado parecer ecologicamente correto hoje em dia. É só perguntar pro imbecil que criou o comercial daquele carro cujo nome eu não faço questão de lembrar agora. Aquele comercial com uma redação que envergonha até o Paulo Coelho, onde o carro vai passando pela cidade, e a criação da agência tentou estabelecer semelhanças entre elementos urbanos e elementos da natureza. "Para mim, lombada é jacaré, grade é teia, janela é olho, mídia exterior é esterco", entre outras comparações que me deixam triste e me fazem trocar de canal. Como se a equação carro + natureza = felicidade suprema emocionasse alguém. E tem outra da Honda, que eu não vi inteira, mas que em algum momento um pica-pau forma o logotipo da empresa dando bicadas em uma árvore. Carro. Natureza. Tudo a ver. "Olha que bonitinho o pica-pau desenhando o símbolo da Honda", diz o coro das vovós noveleiras do meu Brasil. "Essa tal de Honda se preocupa com o meio ambiente, igualzinho àquele banco que a gente faz o símbolo com o dedo indicador e àquele supermercado que sempre faz comercial de Natal envolvendo criancinhas com histórias de desgraça acompanhadas por músicas da Adriana Calcanhoto". Só se for. Empresas que usam responsabilidade sócioambiental como estratégia de vendas se preocupam tanto com o meio ambiente quanto uma prostituta se preocupa em pegar herpes genital em um banheiro público. Ou seja: até que isso comece a influenciar diretamente no negócio delas. É essa a triste realidade que eu prometo combater uma vez formado *cof* em publicidade *cof*, publicitário por publicitário.

sábado, 22 de dezembro de 2007

Moreno, 1,89m, 69kg, vendo meu corpo pra pagar formatura

Publicitário tem mania de sempre tentar parecer espertinho, ousado, imbecil... E, na maioria das vezes, fracassam miseravelmente nos itens número um e dois.
Escrevo isso enquanto olho para o convite da minha formatura, uma espécie de prostituição velada misturada com um toque de humor publicitês de penúltima categoria. Digamos que eu fui chamado de 'carne nova no mercado', e que o meu majestoso semblante se encontra estampado em um bife de segunda, embalado em plástico filme dentro de uma bandeja de isopôr. Com direito a carimbo e código de barras. Grave assim. E para colocar um pouco de tempero na mixórdia toda, nada melhor do que um sachê de Sazon contendo informações sobre local, data e hora da recepção dos convidados (aqueles que não se sentiram ligeiramente ofendidos ao receberem tão grotesco convite). O consenso no dia da entrega dos bifes era algo do tipo "puta que pariu, agora com que cara eu entrego isso pra minha família?". O negócio agora é sentar, esperar e rezar para que as piadinhas de cunho sexual cessem depois do dia da formatura.