sexta-feira, 1 de junho de 2007

Minha primeira síncope

O Washington Olivetto disse que o primeiro sutiã (ou era Valisére?) a gente nunca esquece. Mas como eu não carrego um par de seios saltitantes em meu tórax, resta a mim nunca esquecer do meu primeiro desfalecimento, que ocorreu, sem muitas expectativas, na noite de hoje. Este pobre vivente levantou da cama para retirar um livro da estante, porém calculou errado o tempo do trajeto entre seu leito e sua gigantesca biblioteca particular e acabou vendo tudo preto antes de poder gritar por socorro. Seu pai, que ouviu o barulho da queda, pensou ter ouvido apenas a porta do banheiro sendo fechada com violência sobrehumana ou o costumeiro deixar cair de uma tonelada de livros sobre um inocente monografista, e não deu por conta de que este que vos fala jazia estatelado em seu humilde habitat. Eis que o recente desmaiado volta da quase-morte e pensa ter retornado de uma viagem astral psicodélica, soergue-se e tenta relatar o ocorrido ao seu distraído pai, que sugere que ele sente na cama enquanto pede desesperadamente pelo medidor de pressão, que termina por revelar a temível combinação de sístole e diástole de 15 por 10, o suficiente para podermos considerá-lo, praticamente, defunto naquele momento tão especial de sua vida. Então o pobre menino sente a euforia característica dos novos desmaiados, acompanhado da vontade de contar a tudo e a todos sobre o seu cóccix fraturado, sua possível contusão cerebral e seus momentos de experiência extra-corpórea, tarefa a qual, com relativo sucesso, ele acaba de cumprir.

Um comentário:

Unknown disse...

jucao
li teus cooisas ali
ahaha mto engraçado