quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Um 4 de novembro histórico (Parte 1)

O presidente negro - Para aqueles que conseguiram ler o romance de Monteiro Lobato até o fim, meus parabéns. Lá depois da metade eu cansei da narrativa e desisti, mas li o suficiente para poder citar aqui e dar uma de bacana com o meu conhecimento de orelha de livro. Apesar de o autor fazer uma penca de previsões acertadas em seu visionário romance, irei me ater à mais óbvia e pertinente no momento.

Ontem, Barack Hussein Obama venceu as eleições em um pleito que nasceu histórico, já que, pela primeira vez, uma mulher e um homem afro-americano possuíam chances reais de concorrer e chegar à presidência do Império Americano. Se tudo der certo, e se os republicanos tiverem dificuldades em assassinar o pobre diabo até lá, em janeiro a Casa Branca passa a ser chefiada pelo primeiro presidente negro da história americana. É no mínimo emocionante observar o longo caminho que percorremos desde os tempos da escravidão e da segregação racial até este fatídico 4 de novembro de 2008.
'That's one small step for man; one giant leap for mankind', sentenciou Neil Armstrong no set de gravação do vídeo da chegada do homem à Lua. Quase quarenta anos depois, podemos parafraseá-lo para atestar a força simbólica desta eleição. Obviamente, a população americana votou pela redenção após oito anos de inferno; votou contra a infeliz escolha do partido republicano para vice-presidente; votou assombrada por uma crise financeira que sacudiu as bases da superpotência. Mas votou, acima de tudo, no candidato que fez a campanha mais limpa, mais concisa, e que acabou se tornando uma espécie de profeta da mudança da qual os Estados Unidos da América (e o resto de nós) tanto precisam.

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