sexta-feira, 29 de setembro de 2006

Curso de caligrafia

Entrem aqui, leiam e decidam se a coluna do Marcelo Camelo é chata pra cacete ou ruim pra caramba. Se tem uma coisa que eu sei por experiência própria é que, quando a gente tenta complicar as coisas, de graça, acabamos enrabados no final. Escrever nada muitas vezes consecutivas, e assim sucessivamente, se prova uma tarefa árdua, tanto na composição quanto na recepção e apropriação da mensagem.
Quando o cara decide, então, entregar um texto manuscrito, tratando de reflexões filosóficas de porta de banheiro de casa de espetáculos cult, em uma página que tem como favorito o blog do Zeca! Camargo, a gente começa a duvidar da sanidade mental de alguns envolvidos nessa mixórdia intelectual cibernética. Tudo bem que o Camelo, inquestionavelmente, escreveu algumas das mais belas canções dos tempos recentes nesse país amaldiçoado pela babaquice musical. E tudo bem que até a Bruna “Raquel” Surfistinha [ex-prostituta de luxo/escritora/atriz/cantora/diarista] escreveu um livro [liiiiiiiiivro]. Mas o texto dele é tão mixuruca que a descrição visual mais aproximada que eu encontrei seria algo envolvendo Paulo Coelho dançando o pintinho amarelinho em cima da cova de Roland Barthes, enquanto o coitado se revira no túmulo.
Triste.
Mas nem tudo é decepção, meu povo. Os comentários postados são ultrajantemente hilários e imperdíveis. Alguns fragmentos importantes:
"Marcelo qualquer pessoa com um pouco de sencibilidade [sic] muda de opinial [mega-sic] muitas vezes basta um argumento plausiveu". [duplo sic carpado]
"Já que o rapaz não sabe escrever à mão, por que não digitar o texto ? Aliás, é muita bola para alguém tão chato. Chamem o Chorão!"
"por instante achei q tava louco.ver este texto na blog da globo e inacreditave,e inaceitavel,vcs so podem estarem ficando malucos ou isso e uma piada de maugosto.Coisa mais ridicula alem da letra a mao esse texto que deve ter envergonhado todo proficional da glogo.com.pessoal nos poupe dessas ricularidades,se gostassemos de idiotas estariamos no site da record nao se tem aver mas nada tem mais aver,boa sorte na proxima.fui..."[sic tamanho família, valendo por todo o comentário]
"'O analfabetismo funcional do existir'. Que pérola! A qualidade metafórica aqui é incontestável, assim como as letras desse gênio dos pseudo-intelectualóides". [ironia de primeira]
"Vai à m****, seu p****!!!! Los Hermanos já é banda de v**** deprimido. Agora vcs vem com essa p**** de coluna asquerosa. Carlho" [Muito bom! Mas esperem que tem mais]
"C******, que p**** de coluna de b**** é essa? P*** que pariu. Texto escrito a mão é foda, hein. Fora que o conteúdo é tão ruim quanto a música desse piolho sujo e mal vestido. Depois disso vou até assinar o UOL"
"P*** texto mala!!!!!! Vá ser chato assim no inferno".
"Me deu uma angústia ler esse texto..."
"Adoro Los Hermanos. Mas, Camelo, por favor, se limite a fazer músicas. Seu texto é lamentável... Sabe aquela empatia de sentir vergonha pelos outros? Pois bem, senti vergonha por vc... abraço" [o 'abraço' é a cereja na torta]

sábado, 16 de setembro de 2006

Por um novo Código de Trânsito

Existe um submundo no trânsito de Porto Alegre: o das motoristas adesivadas. Ando observando já há algum tempo, recolhendo informações e tentando desvendar o temível segredo destas temíveis mulheres motorizadas que colam adesivos aparentemente inofensivos em seus veículos. Aquilo sempre me intrigou muito, o que acabou me incentivando a descobrir um pouco mais sobre o estranho caso. Sem mais delongas, entrego a vocês, leitores, os resultados parciais de minha pesquisa, abaixo. Notem que eu apenas consegui reunir informações suficientes sobre três dos muitos perfis existentes.

Hello Kitty: Sou um vegetal. O hemisfério esquerdo do meu cérebro não possui qualquer tipo de ligação com o direito, por isso meus reflexos são atrasados e imprevisíveis. Estou praticamente morta por dentro, mas continuo dirigindo porque meu namorado disse que eu fico linda dentro do meu Celta cor-de-rosa. Meus pais tiveram relações sexuais enquanto a minha mãe estava no décimo mês de gestação, o que resultou em danos cerebrais irreversíveis. Mantenham um raio mínimo de dez metros de distância.

Penélope Charmosa: Minha mente foi dissolvida pelo excesso de água oxigenada nos cabelos, o que explica os movimentos bruscos e a invasão de pista sem sinalização prévia. Fui concebida através de métodos artificiais em laboratório quando meus pais tinham 78 anos. Tenho zero por cento de visão periférica e não sei qual a função de todos aqueles botõezinhos coloridos e consolos giratórios ao redor do volante. Vendo meu corpo à noite de forma a conseguir dinheiro suficiente para comprar a minha carteira de motorista.

Betty Boop: Não posso ser considerada tecnicamente um ser humano. Minha beleza é tudo que eu tenho, o que pode se tornar motivo de distração no trânsito. Só utilizo o espelhinho da frente para arrumar os cabelos enquanto dirijo, e ainda não consegui entender para que servem aqueles dois que ficam um de cada lado do carro. Faço curvas e mudo de pista quando sinto vontade, e quando não me dão passagem eu abro o vidro e tiro os peitos pra fora. Já fui sodomizada com o câmbio do carro e, por mais que eu tenha gostado, isso ainda me traz problemas na hora de trocar as marchas. Adoro meter a buzina.

OBS: Variações dentro de cada um dos perfis podem ocorrer, havendo sutis alterações no perfil, como Betty Boop com perna aberta, Hello Kitty com ou sem peitos, Penélope Charmosa sem capacete e com as pernas cruzadas, etc.

quinta-feira, 14 de setembro de 2006

Cinco real pra fazê caridade, rapá

Algumas pessoas nasceram para trabalhar. O que é ótimo pra elas, por sinal. Já eu me encontro tão longe desse grupo de gente que dá até dó. Às vezes eu paro durante uma manhã qualquer no estágio e me pergunto: será que a pessoa que encomendou este trabalho tem noção do nível de incompetência do infeliz em cujas mãos ele foi parar? Não sou pessoa de levar currículo e portfólio debaixo do sovaco. Nasci, entrei no jardim de infância, morri de tédio, cresci um pouco, mudei de escola, me arrastei por ensino fundamental, médio, longo, morri um pouco por dentro, me formei uma ameba sem chapeuzinho, fui pra faculdade, cresci mais um pouco e desenvolvi tendências criminosas em relação a alguns professores detestáveis. Que tal isso pra curriculum vitae?
Mas a coisa é mais triste do que vocês pensam. Dizer que eu caí de pára-quedas lá dentro do cubículo onde eu estagio é menosprezar a desgraça alheia. Caí foi de queda livre, sem capacete e com o cóccix virado pro chão. E o que é pior: no meu primeiro dia já me colocaram na frente do computador para criar um folder (Folder, meu povo! Aquele negocinho de dobrar que a gente usa pra comunicar as mais variadas coisas, conhecem?), sendo que eu não sabia nem desenhar uma linha reta no Corel (é difícil pra algumas pessoas). Brincaram com o fogo e a urina acabou se espalhando por toda parte: o resultado a gente vê por aí, mesmo que eu não revele o conteúdo de minha primeira obra-prima nem sob violenta tortura física e psicológica.
Por favor, não contem para ninguém, mas eu acho que Deus tem trabalhado através do meu corpo. Prova disso é que eu nunca fico sabendo como cheguei ao final dos trabalhos. Eu simplesmente fecho os olhos e me entrego à luz. Quando os abro, o layout está pronto e eu só mostro para quem quiser ver. E até que o Cara-lá-de- cima tem se mostrado um publicitário razoável.
Quando alguém chega e diz ‘ficou legal o teu trabalho, hein!’, eu penso comigo mesmo ‘ou esse filho-da-mãe tá tirando uma com a minha cara ou ele bebeu o líquido amniótico de canudinho quando nasceu’. Então eu rio por dentro. Depois choro miseravelmente. E tem sido assim todas as manhãs das últimas cinco semanas, sendo que o meu iPod é a única coisa que me impede de mandar tudo à merda e virar a mesa. Isso e o fato de eu precisar dessas 300h horas mais do que qualquer outro filho-da-puta lá dentro. Porque trabalhar com Corel 9 em 486 versão slide-show nem mesmo EU mereço.
Já dizia a baranga que chupou o velhinho e não recebeu nada em troca: “a minha vida é uma prostituição!”

sexta-feira, 8 de setembro de 2006

O que eu aprendi hoje...

Nove entre cada dez fanáticos religiosos têm medo de escadas rolantes.

terça-feira, 5 de setembro de 2006

Steve Irwin morreu


Contra todas as possibilidades, uma dócil e ingênua arraia resolveu fazer uma brincadeira de mau gosto e acabou cravando um ferrão direto no frágil coração do Jamie Oliver do mundo animal australiano. Após oferecer sua própria cria como alimento de crocodilo há um punhado de anos, fontes seguras alegam que desta vez o velho Steve foi atacado durante uma tentativa de assédio sexual contra o inocente animal. Crocodilos ao redor do mundo todo estão se reunindo neste momento para encontrar uma forma de foder de vez com a filha-da-puta da arraia que terminou por frustrar uma das cenas de morte mais esperadas dos últimos dez anos. Enquanto isso, a mesmíssima arraia foi avistada ao redor da ilha particular onde habitam Jack Hannah e sua família. Ninguém está seguro!