Nem bem a Isabella esfriou no caixão após alçar vôo e a grande mídia já encontrou a sua nova menina dos ovos de ouro, que vem fazendo a alegria das redações jornalísticas Globais e não-Globais desde o começo da semana passada. Nada mais é considerado absurdo (na opinião deste humilde blogueiro, ao menos) na cobertura midiática de 'tragédias nacionais', como a de uma menina que foi assassinada discretamente pelos pais, a de outra que foi mantida refém pelo ex-namorado favelado de nome chique, a do bebê que ficou pendurado na cerca pela fralda, a da família baleada por policiais dentro do carro, e por aí vai. Tudo é possível sob o novo modelo Big Brother de jornalismo, que sangra através da televisão e tinge de carmim as páginas de periódicos.

O que importa se a polícia fez cagadinha e explodiu a porta na hora errada ou se o pai da Elô é um serial killer foragido ou se o Datena ficou brabinho por não ter conseguido o número do Lindemberg antes da concorrente? Eu quero saber é se o Pato vai ou não visitar a guria que sobreviveu e quer tirar R$2.000.000 do Estado, apesar de ter voltado ao cativeiro por vontade e imbecilidade próprias. Parafraseando Michael Stipe: it´s the end of the world as we know it (and I feel fine).
*Para os chocados de plantão, duas palavrinhas amigas: fodam-se!
2 comentários:
Não tô chocada!
MUITO BOM esse texto!
Bah ô Dani, tu vai acabar tirando o emprego de muito jornalista por ai.
Ah se tu tivesse um registro no sindicato...!
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