segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Os perigos da televisão digital

Lembram quando a televisão deixou de ser em preto e branco? Pois é, nem eu. Mas estão dizendo por aí que a transição entre o padrão standard e o digital é a maior evolução na história da transmissão televisiva desde o advento da imagem a cores. Tendo aderido à NET Digital HD Max - isso mesmo, aquela da propaganda onde o instalador da NET tem que ser arrastado pra fora da residência do cliente - há mais ou menos um mês, eu gostaria de compartilhar com vocês algumas impressões sobre o novo velho xodó de um entre cada dois early adopters (s. m. Anormais que necessitam comprar bugigangas inúteis antes de todo o resto da população; pessoas com problemas emocionais que exorcizam suas frustrações no ato de consumir em demasia; delinquentes mentais). Afinal de contas, a HDTV vai mudar a sua vida?

A resposta curta e grossa é: não, não vai. A resposta longa e dura é: entretanto, as imagens em alta definição mudam a forma como a pessoa assiste à televisão, tanto positiva quanto negativamente. O impacto é tão grande no começo - e olha que a NET comprime as imagens em 2003023 trilhões de vezes - que o primeiro sintoma observado é ficar assistindo ao Programa Amaury Jr. até altas horas da matina contando quantos pontos de lifting facial o nosso querido socialite levou até hoje. Ou perder a tarde em frente à TV hipnotizado pela beleza profunda das olheiras da Sônia Abrão. É tudo tão bonito em HD. Dá até vontade de beijar o Bóris Casoy na boca.
A NET oferece - até o momento de escritura deste post - apenas três canais em alta definição: Globosat HD, RedeTV HD e Band HD. O primeiro deles é um mix de conteúdos de canais Globosat (surpresa!) em alta definição (dupla surpresa!), como desfiles de moda sob o selo GNT HD, shows de música sob o Multishow HD, e por aí vai. As reprises são constantes, mas sempre tem conteúdo novo (na medida do possível). O grande trunfo do novo decodificador é a função DVR (digital video recorder), que permite ao usuário agendar a gravação de programas de forma personalizada, em um HDD de 160Gb. É como um TiVo de pobre, lançado dez anos depois do original para a tupiniquinzada sossegar o facho. Mas, quer saber? Tá valendo. Pelo menos assim eu não perco um capítulo da novela das oito e ainda posso pausar a programação ao vivo quando quiser, pra ir no banheiro, dar uma volta na quadra ou simplesmente me exibir.

No geral, estou bastante satisfeito com o produto. Claro que eu preferia que a NET não fizesse um trabalho porco de compressão da imagem, e que outros canais em HD fossem lançados ainda este mês, mas a vida é feita de altos e baixos. A pergunta que não quer calar é: eu vou poder assistir ao final de A Favorita em alta definição ou não? É só o que eu peço!

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